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Nacional
Quarta - 31 de Janeiro de 2007 às 07:37

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A Polícia Civil não tem mais dúvidas de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) foi o responsável pelo assassinato do diretor-geral do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mauá, Wellington Rodrigo Segura, de 31 anos. O principal suspeito de ter ordenado a execução é o preso José Cláudio Pires Leal Albino, o Carrefour, atualmente na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Investiga-se ainda se a ordem inicial veio do líder máximo da facção, Marco Camacho, o Marcola, detido em Presidente Bernardes, que teria usado Carrefour como porta-voz. Desde sexta, diretores de presídios e autoridades reforçaram a segurança pessoal e mudaram a rotina para evitar emboscadas ou atentados.

Em Mauá, os investigadores já têm o retrato falado de um suspeito de envolvimento direto no assassinato. Os policiais acreditam que o diretor-geral foi executado pelo PCC porque era linha dura com os detentos e até com funcionários. Um agente foi preso recentemente sob a acusação de ter furtado alimentos da unidade.

O assassinato de Segura teria sido planejado há 15 dias, no CDP de São Bernardo, com aval de detentos do CDP de Mauá e ordem de presidiários da P2 de Venceslau. A ordem saiu da P2 por meio de visitas feitas a Carrefour (por advogados, presos e parentes). Também há a possibilidade, mais remota, do envolvimento de um servidor, que estaria atuando como pombo-correio. Outra investigação envolve o uso de celulares, embora dias antes uma varredura tenha apreendido 12 aparelhos.

O pai de Segura, o major reformado Wanderlei Soalheiro Segura, ressaltou que no ano passado o filho foi ameaçado de morte quatro vezes pelo PCC. Há ainda informações de que, um dia antes do atentado, Segura teria sido informado da ação do crime organizado por uma visita. As Secretarias de Segurança e Administração Penitenciária não comentam o caso.

Medo

A cautela entre os agentes penitenciários foi redobrada desde a execução de Segura. A tensão é maior no oeste do Estado, principalmente em Presidente Prudente e Presidente Venceslau. Nessas regiões, diretores de presídios andam com escolta e precisam informar a PM quando vão sair com a família no fim de semana. Várias autoridades do sistema passaram a andar armadas. Alguns funcionários estão usando coletes à prova de balas. Outros mudaram os hábitos e os caminhos na ida e na volta do trabalho.

Segundo um funcionário da P2, detentos afirmaram que mais agentes e diretores vão morrer, a mando do PCC. Os presos fizeram a seguinte advertência: "Vamos usar essa suspensão da visita como troféu. Quanto maior a opressão, mais amargo será o fel", em referência à paralisação dos agentes penitenciários - que suspenderam às visitas, em solidariedade a Segura. Na linguagem da cadeia, 'troféu' significa executar algum inimigo, como policial ou alguém do sistema prisional. Ontem os presídios de Venceslau e de Ribeirão retomaram visitas. Em Mauá, a suspensão vale por mais 15 dias.

Homens do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), unidade treinada para evitar rebeliões, resgates e atentados nas prisões, foram convocados para trabalhar um mês seguido na P2 de Presidente Venceslau. O presídio abriga quase 800 detentos. A possibilidade de o GIR também ser usado para escoltar os agentes no trajeto entre a casa e o trabalho não está descartada.





Fonte: AE

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