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Quarta - 27 de Março de 2013 às 07:27

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A desnecessidade da segregação e a falta de fundamentação no mandado de prisão são os argumentos acatados pela desembargadora Maria Helena Póvoas para conceder, na ultima segunda-feira, um habeas corpus ao empresário Filadelfo dos Reis Dias, do ramo de mineração, em Cuiabá. 

Ele havia sido preso por agentes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), no domingo, junto com seu funcionário, Marcelo Takahashi. 

Ambos são acusados de mandantes da tentativa de homicídio contra os empresários Valdinei Mauro de Sousa, ex-sócio de Filadelfo, e Wanderlei Torres, dono da Construtura Trimec. 

“Analisando o mandado de prisão, carreado aos autos, vejo que inexiste neste qualquer fundamentação que teria levado à segregação do paciente, não havendo sequer no aludido mandado a tipificação penal imputada ao mesmo. (...) No presente caso, a única informação constante no mandado de prisão é que fora expedido por determinação do juiz de direito doutor Abel Balbino Guimarães”, diz trecho da decisão de Maria Helena Póvoas. 

A defesa de Filadelfo, sob a responsabilidade dos advogados Murilo Barros da Silva Freire e Wendel Rolim, sustentou, no pedido de habeas corpus, que o mandado de prisão não especificava o fato em que o empresário estaria envolvido para justificar a detenção. 

Para Freire, a prisão foi arbitrária. “Não houve fundamentação da prisão. O mandado não dizia sequer qual era a acusação contra ele. Todo preso tem o direito de saber por que está sendo levado”, disse. 

No recurso, os advogados sustentam ainda que, em 13 de março de 2012, procuraram o promotor de Justiça que realizava as investigações, na sede do MPE, em Várzea Grande, ocasião em que peticionaram junto ao inquérito, do qual tiveram conhecimento de forma extraoficial. 

A defesa afirmou ainda que só teve acesso à parte do inquérito por meio de outro coindiciado no suposto crime. Apenas com estes documentos é que teriam conseguido confirmar o indiciamento de Filadelfo. 

Em sua decisão, Maria Helena Póvoas determinou que Filadelfo está impedido de se ausentar da cidade, sem prévia autorização judicial. 

Conforme a denúncia do MPE, a motivação do crime seria uma desavença comercial entre as vítimas e Filadelfo, referente à aquisição da Fazenda Ajuricaba, propriedade rural com alto potencial aurífero, localizada em Várzea Grande. 

A primeira ameaça de morte de Filadelfo contra Valdinei teria ocorrido ainda em janeiro de 2012, meses depois de a sociedade entre eles se desfazer. A partir daí, Valdinei resolveu comprar um veículo blindado. 

Em abril do mesmo ano, a vítima fez um novo negócio, desta vez com Wanderlei e com o hoje prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB). Na ocasião, eles compraram a Fazenda Ajuricaba, propriedade na qual Filadelfo também estaria interessado. 

Nesse mesmo mês, então, Filadelfo e Marcelo teriam contratado João Paulo Pereira, Josinei Moreira de Araújo, José de Oliveira Campos, Gelfe Rodrigues de Souza Júnior e André de Souza Neves para executar o crime. 

Eles teriam seguido Valdinei e Wanderlei dentro da propriedade e efetuados ao menos 30 disparos, que só não atingiram as vítimas graças à blindagem do carro. 





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