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Famílias pedem relatórios dos EUA sobre o Araguaia
A Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos pediu ontem ao Ministério Público Federal em São Paulo que sejam requisitados ao governo dos Estados Unidos todos os documentos livres do sigilo que tratam da guerrilha do Araguaia (1966-1974).
No último domingo, a Folha reproduziu o que são considerados os primeiros relatórios reservados da CIA (central de inteligência americana) com as palavras-chave "Araguaian Guerrillas" (ou "guerrilhas araguaianas") a vir a público.
"No geral, os documentos mostram que os americanos estavam bem informados sobre a guerrilha. Queremos olhar todos os documentos, pode ser que ajudem", afirmou Criméia Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia e presidente da comissão.
Estão disponíveis três documentos com essas palavras-chave no site da CIA (www.foia.cia.gov). Nenhum elucida um dos principais segredos da ditadura militar (1964-1985), o destino dos corpos do guerrilheiros mortos no conflito, mas as famílias agora querem saber se há alguma pista em outros papéis.
A guerrilha do Araguaia foi desencadeada pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil) entre 1966 e 1974 com o propósito de criar um foco revolucionário armado de cunho maoísta com vistas a derrubar o regime militar e, possivelmente, instalar um regime comunista no Brasil.
No decorrer do conflito, morreram 59 guerrilheiros, 16 soldados do Exército e dez moradores da região, segundo o livro "A Ditadura Escancarada", do jornalista Elio Gaspari.
As famílias afirmam que o Brasil vem se recusando a abrir seus arquivos sobre o conflito --embora o governo diga que tais arquivos não existem.
"É lamentável que tenhamos de descobrir coisas sobre o Brasil a partir de documentos dos EUA. Então que pelo menos sirva de referência para o governo brasileiro para trazer a públicos todos os documentos", disse a historiadora Janaína Teles, sobrinha de Criméia e testemunha das torturas contra seus pais no interior do DOI-CODI, órgão da repressão militar, em 1972.
O grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), formado principalmente por militares da reserva, mantém em seu site uma descrição sobre a guerrilha do Araguaia que a considera "uma aventura de um grupo verdadeiramente pequeno e residual, sejam quais forem os ângulos pelos quais ela possa ser analisada. Pelo enfoque político, não passou do desvario de um partido ilegal e clandestino em engendrar a incoerência de uma guerra popular sem apoio do povo, para impor-lhe o socialismo. Do ponto de vista militar, foi ação de um bando quixotesco a infligir mais prejuízos a si mesmo, perdido na selva e no emaranhado dos próprios erros".
No último domingo, a Folha reproduziu o que são considerados os primeiros relatórios reservados da CIA (central de inteligência americana) com as palavras-chave "Araguaian Guerrillas" (ou "guerrilhas araguaianas") a vir a público.
"No geral, os documentos mostram que os americanos estavam bem informados sobre a guerrilha. Queremos olhar todos os documentos, pode ser que ajudem", afirmou Criméia Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia e presidente da comissão.
Estão disponíveis três documentos com essas palavras-chave no site da CIA (www.foia.cia.gov). Nenhum elucida um dos principais segredos da ditadura militar (1964-1985), o destino dos corpos do guerrilheiros mortos no conflito, mas as famílias agora querem saber se há alguma pista em outros papéis.
A guerrilha do Araguaia foi desencadeada pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil) entre 1966 e 1974 com o propósito de criar um foco revolucionário armado de cunho maoísta com vistas a derrubar o regime militar e, possivelmente, instalar um regime comunista no Brasil.
No decorrer do conflito, morreram 59 guerrilheiros, 16 soldados do Exército e dez moradores da região, segundo o livro "A Ditadura Escancarada", do jornalista Elio Gaspari.
As famílias afirmam que o Brasil vem se recusando a abrir seus arquivos sobre o conflito --embora o governo diga que tais arquivos não existem.
"É lamentável que tenhamos de descobrir coisas sobre o Brasil a partir de documentos dos EUA. Então que pelo menos sirva de referência para o governo brasileiro para trazer a públicos todos os documentos", disse a historiadora Janaína Teles, sobrinha de Criméia e testemunha das torturas contra seus pais no interior do DOI-CODI, órgão da repressão militar, em 1972.
O grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), formado principalmente por militares da reserva, mantém em seu site uma descrição sobre a guerrilha do Araguaia que a considera "uma aventura de um grupo verdadeiramente pequeno e residual, sejam quais forem os ângulos pelos quais ela possa ser analisada. Pelo enfoque político, não passou do desvario de um partido ilegal e clandestino em engendrar a incoerência de uma guerra popular sem apoio do povo, para impor-lhe o socialismo. Do ponto de vista militar, foi ação de um bando quixotesco a infligir mais prejuízos a si mesmo, perdido na selva e no emaranhado dos próprios erros".
Fonte:
Folha de S. Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/244718/visualizar/
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