Viúva de milionário teria mentido

A viúva do milionário da Mega-Sena assassinado em Rio Bonito (RJ) quer rever o depoimento prestado no último dia 12 de janeiro. O advogado Alexandre Dumans, que defende Adriana Almeida, esteve na 119ª DP (Rio Bonito) para entregar ao delegado Ademir de Oliveira uma petição pedindo retificação de parte do depoimento dela, na manhã desta segunda-feira (29). Dumans voltou a dizer que a viúva mentiu sobre a existência de um amante para se proteger e que se trata de uma mentira moral.

Renné Senna foi assassinado no dia 7 de janeiro com quatro tiros, num bar a 8 km da fazenda onde morava com Adriana e os filhos dela, em Rio Bonito (RJ). Ele ganhou R$ 52 milhões na loteria em 2005. Vinte e cinco anos mais velho do que a mulher, ele era diabético e teve que amputar parte das duas pernas.

Viúva tem amante, diz delegado

No domingo (28), o delegado Ademir de Oliveira, responsável pelas investigações do assassinato do ganhador da Mega-Sena, afirmou que Adriana Almeida tem um amante. Segundo o policial, o motorista de van Robson de Andrade Oliveira, de 26 anos, prestou depoimento na noite de sábado (27) e confirmou manter um relacionamento com Adriana.

Robson teria dito que namorou a viúva há cerca de três anos e que o namoro foi reatado depois que ela e Renné compraram a fazenda onde viviam há seis meses. O motorista de van disse ainda, segundo o depoimento, que ele e Adriana passaram o revéillon juntos.

De acordo com a polícia, Robson Oliveira apresentou um álibi para o dia 7 de janeiro, quando Renné foi morto. Ele estaria trabalhando, com sua van, no fim de semana do assassinato. De acordo com ele, o supervisor da empresa pode confirmar a informação.

O delegado disse, no entanto, que o irmão de Robson possui uma moto parecida com a que foi descrita por testemunhas na hora do crime, e que também era usada pelo amante da viúva. As pessoas que estavam no local no dia da morte serão convocadas para fazer um reconhecimento da moto.

Outro lado

O advogado de Adriana Almeida, Alexandre Dumans, disse que o depoimento de Robson Oliveira não tem nenhuma relevância para o caso. Se Adriana mentiu sobre a existência de um amante, trata-se de uma "mentira moral", não tem nada a ver com a autoria do crime. "O inquérito apura o crime de homicídio. Já se revirou a vida da viúva. O que está acontecendo é um linchamento público", disse ele.