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TAM irá operar "no limite", apesar de caos
Com a imagem abalada após o Natal, quando milhares de passageiros foram prejudicados por não conseguirem embarcar em seus vôos, a TAM diz que adotará medidas para evitar novo caos, como melhorar sua logística de manutenção e desenvolver um sistema para dar mais informação aos passageiros em casos de crise.
Não mexerá, por outro lado, no que foi apontado como uma das causas indiretas do problema que afetou a companhia aérea no mês passado: a busca pela redução da sua diferença de custos com a concorrente Gol, que surgiu em 2001 já dentro do modelo "low cost, low fare".
Para se aproximar da Gol, em um cenário de elevado crescimento da demanda de passageiros e brusca queda de oferta da Varig, a TAM estaria operando no limite de sua capacidade, com alta utilização de aviões.
Isso teria potencializado o chamado "efeito cascata" no Natal: quando um avião pára, os próximos vôos e conexões são afetados. A companhia aérea teve de tirar do ar seis aviões em 20 de dezembro para manutenção não-programada.
"O que aconteceu não é decorrente do modelo. A Gol voa mais horas por avião do que a TAM", afirmou o presidente da empresa, Marco Antonio Bologna, em entrevista à Folha.
De acordo com o executivo, a meta de reduzir a diferença de custo com a Gol de 12% para 5% em um ano está mantida, assim como a de elevar a utilização diária dos seus aviões de 12,6 horas para 13 horas.
Segundo ele, o que ocorreu foi uma fatalidade: cálculo feito pela companhia diz que a chance de, no mesmo dia, seis aviões pararem fora do programado, o aeroporto de Congonhas (São Paulo) fechar por causa do mau tempo e a sua comunicação com a Infraero cair sucessivas vezes é uma em 500 mil.
A explicação não convenceu o mercado, que fala em erro de gestão e venda de passagens acima da capacidade (overbooking). Em uma auditoria sobre a crise do Natal, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou que os seis aviões parados foram o estopim do problema e descartou o overbooking. Depois, a própria agência determinou nova investigação, ainda em andamento.
De lá para cá, a TAM encomendou uma pesquisa para avaliar o impacto da crise em sua imagem. Desde antes do Natal, ela vinha sendo apontada como uma empresa em crise de identidade, por se caracterizar como uma companhia aérea de serviços mas buscar o modelo de custos da Gol.
Em outubro de 2006, contratou uma consultoria especializada em imagem, que estuda mudanças que serão implementadas neste ano. "Para discutir melhor nosso marketing estratégico, necessitamos reposicionar os valores da TAM, fazer uma leitura atualizada. É pegar todos os mandamentos do comandante Rolim [Rolim Amaro, fundador da TAM, morto em 2001] e fazer uma atualização", disse Bologna.
O executivo, que de 2001 a 2003 foi vice-presidente de finanças da TAM e assumiu o comando da empresa em 2004, refutou as críticas feitas à gestão. "A gestão dessa companhia de 30 anos é eficiente. Tivemos críticas de gestão no final do ano e eu diria: como é que chegamos até aqui, então?" .
Não mexerá, por outro lado, no que foi apontado como uma das causas indiretas do problema que afetou a companhia aérea no mês passado: a busca pela redução da sua diferença de custos com a concorrente Gol, que surgiu em 2001 já dentro do modelo "low cost, low fare".
Para se aproximar da Gol, em um cenário de elevado crescimento da demanda de passageiros e brusca queda de oferta da Varig, a TAM estaria operando no limite de sua capacidade, com alta utilização de aviões.
Isso teria potencializado o chamado "efeito cascata" no Natal: quando um avião pára, os próximos vôos e conexões são afetados. A companhia aérea teve de tirar do ar seis aviões em 20 de dezembro para manutenção não-programada.
"O que aconteceu não é decorrente do modelo. A Gol voa mais horas por avião do que a TAM", afirmou o presidente da empresa, Marco Antonio Bologna, em entrevista à Folha.
De acordo com o executivo, a meta de reduzir a diferença de custo com a Gol de 12% para 5% em um ano está mantida, assim como a de elevar a utilização diária dos seus aviões de 12,6 horas para 13 horas.
Segundo ele, o que ocorreu foi uma fatalidade: cálculo feito pela companhia diz que a chance de, no mesmo dia, seis aviões pararem fora do programado, o aeroporto de Congonhas (São Paulo) fechar por causa do mau tempo e a sua comunicação com a Infraero cair sucessivas vezes é uma em 500 mil.
A explicação não convenceu o mercado, que fala em erro de gestão e venda de passagens acima da capacidade (overbooking). Em uma auditoria sobre a crise do Natal, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou que os seis aviões parados foram o estopim do problema e descartou o overbooking. Depois, a própria agência determinou nova investigação, ainda em andamento.
De lá para cá, a TAM encomendou uma pesquisa para avaliar o impacto da crise em sua imagem. Desde antes do Natal, ela vinha sendo apontada como uma empresa em crise de identidade, por se caracterizar como uma companhia aérea de serviços mas buscar o modelo de custos da Gol.
Em outubro de 2006, contratou uma consultoria especializada em imagem, que estuda mudanças que serão implementadas neste ano. "Para discutir melhor nosso marketing estratégico, necessitamos reposicionar os valores da TAM, fazer uma leitura atualizada. É pegar todos os mandamentos do comandante Rolim [Rolim Amaro, fundador da TAM, morto em 2001] e fazer uma atualização", disse Bologna.
O executivo, que de 2001 a 2003 foi vice-presidente de finanças da TAM e assumiu o comando da empresa em 2004, refutou as críticas feitas à gestão. "A gestão dessa companhia de 30 anos é eficiente. Tivemos críticas de gestão no final do ano e eu diria: como é que chegamos até aqui, então?" .
Fonte:
Folha de S. Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/244989/visualizar/
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