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Saúde
Domingo - 28 de Janeiro de 2007 às 22:01

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Um grupo de cientistas do Centro da Espiritualidade e da Mente da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, está investigando como a fé e a espiritualidade afetam a saúde e o comportamento humano. A partir de análises de imagens computadorizadas, eles verificam o comportamento de determinadas áreas cerebrais e a alteração de níveis hormonais.

"A espiritualidade e a fé não estão necessariamente relacionadas com a fé religiosa", disse Andrew Newberg, diretor do centro. Segundo ele, os sentimentos de clareza e bem-estar podem vir também de outras expressões artísticas, como meditações não-religiosas, um bonito pôr-do-sol ou ao ouvir música. "Ateus também têm fé", disse.

Em um dos estudos comandados pelo centro, Newberg e seus colegas analisaram imagens computadorizadas do cérebro de um cristão petencostal praticando a glossolalia, uma espécie de oração em que são murmuradas línguas estranhas. Depois, repetiram o mesmo procedimento em um grupo enquanto cantava música gospel. Comparando os dois resultados, o grupo que praticava a glossolalia teve uma diminuição das atividades na parte do cérebro relacionada à linguagem.

Outro estudo recente analisou os dados obtidos a partir da meditação de budistas tibetanos e de monges franciscanos rezando e comparou os resultados medindo os níveis de atividade cerebral. Ambos os grupos mostraram uma diminuição das atividades nas partes ligadas à consciência e a orientação, o que sugere, segundo os cientistas, um encontro com "Deus". A reza e a meditação também aumentaram os níveis de dopamina, neurotransmissor associado ao estímulo da atividade cerebral.

"Poucos olham para a espiritualidade a partir de um lado neurológico", disse o médico Newberg, que conta com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores que exploram o relacionamento do cérebro com a fé baseados em pontos de vista biológicos, psicológicos, ideológicos e sociais.

Segundo o médico Daniel Monti, um dos integrantes dos estudos, o centro integrado de medicina Universidade da Pensilvânia trata de pacientes com câncer, dores crônicas e outras doenças trabalhando com meditação e dietas apropriadas junto com as terapias convencionais. Ele diz que a prática, antes vista com um certo preconceito, está começando a ser amplamente aceita pela comunidade médica e pelos pacientes.





Fonte: AP

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