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Internacional
Sábado - 27 de Janeiro de 2007 às 15:38

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O governo George W. Bush autorizou os militares americanos a capturar e matar iranianos envolvidos na organização de ataques no Iraque. A política foi aprovada pelo presidente dos Estados Unidos há alguns meses, só agora veio a público e é parte de uma estratégia agressiva para enfraquecer a influência do Irã no Oriente Médio e pressionar para que o país abandone seu programa nuclear --o qual Teerã alega ter fins pacíficos.

Bush disse à imprensa que não há nada de errado com a medida se ela protege os militares americanos. "Algumas pessoas estão tentando dizer isso porque estamos ajudando as tropas no Iraque ao impedir estrangeiros de matar nossos soldados ou machucar o povo iraquiano", afirmou o presidente. "Acreditamos que podemos resolver nossos problemas com o Irã diplomaticamente. E estamos trabalhando para isso --de fato, estamos fazendo ótimos progressos nessa frente."

A permissão diz respeito aos membros da Corte Revolucionária do Irã e a agentes da inteligência do país que estejam a serviço de milícias armadas --não se aplica a civis ou a diplomatas iranianos.

O representante do Irã na ONU (Organização das Nações Unidas), quando solicitado a se manifestar sobre o assunto, apontou um artigo divulgado pela agência de notícias semi-oficial Fars no qual o presidente da comissão de política nacional do Parlamento iraniano, Alaoddin Boroujerdi, chamou a política dos EUA de "terrorista". "Esses movimentos são avaliados como medidas terroristas e entram em grosseira contradição com as regras e regulações internacionais", disse Boroujerdi, de acordo com a Fars. "Uma medida como essa ilustra a falência da nova estratégia americana no Iraque, porque ela não tem tido efeito em sufocar a intranqüilidade e restaurar a calma e a ordem; ao contrário, tem provocado a intensificação de reações no Iraque."

Segundo o jornal americano "The Washington Post", por mais de um ano as forças americanas no Iraque detiveram secretamente dezenas de suspeitos iranianos, mantendo-os presos por até três ou quatro dias em algumas ocasiões. Os EUA coletaram amostras do DNA de iranianos sem o seu conhecimento, submetendo-os a exames de retina e de impressões digitais antes de liberá-los.

O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse concordar com Bush. "Nossas forças estão autorizadas a perseguir quem está tentando matá-las. Se você está no Iraque e está tentando matar nossos soldados, você deve se considerar um alvo", comentou.

Questionado se essa medida faz parte de uma estratégia anti-Irã, Gates respondeu que não acha. "Não vamos simplesmente ficar parados e deixar as pessoas trazerem armas sofisticadas que podem neutralizar um tanque Abrams para dentro do país e dar-lhes passe livre. Mas, como disse antes, acreditamos que podemos cuidar disso dentro das fronteiras do Iraque e as operações são restritas à região interna às fronteiras do Iraque", frisou.

Em comunicado, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmou que Bush tem deixado claro há algum tempo que serão tomadas as medidas necessárias para proteger os americanos em solo iraquiano e acabar com as atividades que podem prejudicar as tropas. "O Comando da Guarda Revolucionária do Irã é parte do aparato iraniano que apóia e lidera tais atividades", diz o documento.

O Comando é acusado de treinar grupos extremistas e fornecer dinheiro, armas e tecnologia para a construção de bombas no Iraque.





Fonte: Folha Online

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