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Nacional
Sábado - 27 de Janeiro de 2007 às 08:07

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O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) ingressou na Corregedoria da Câmara com pedido de abertura de processo contra o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Valverde pede a cassação do mandato do colega com base na denúncia do Ministério Público do Distrito Federal que acusa o deputado de integrar um esquema que teria desviado R$ 33 milhões do Ministério do Desenvolvimento Agrário de 1998 a 2002, período em que Jungmann comandou a pasta.

O deputado também pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) que investigue a denúncia.

Integrante da tropa de choque do deputado cassado José Dirceu (PT-SP), Valverde nega que tenha atendido ao ex-parlamentar. "Não se trata de uma retaliação. Foi uma convicção pessoal minha. Não consultei nem ao partido", disse. Cassação

Jungmann foi um dos principais articuladores da cassação de Dirceu, acusado pela Procuradoria-Geral da República de chefiar o esquema do mensalão. Quando a denúncia contra Jungmann veio à tona, o ex-ministro comemorou em seu blog na internet.

"Jungmann prejulgou e linchou todos os investigados no caso dos sanguessugas e em outras denúncias, como se fosse um Torquemada de plantão. Exigiu renúncia, afastamento dos cargos. Agora, quando é acusado de ser chefe de quadrilha, quer para si o que negou aos demais e, além disso, ainda vê motivação política nas acusações", escreveu Dirceu sobre as críticas de Jungmann ter afirmado que não foi ouvido no processo.

Na mesma linha de Dirceu, Valverde disse que a representação contra Jungmann "é uma questão de coerência". "O deputado foi vice-presidente da CPI dos Sanguessugas e um dos parlamentares mais veementes contra deputados acusados, muitos sem nenhuma prova. Agora vai ter que responder sobre as denúncias que o atingem", afirmou.

O processo ainda não foi concluído pela Justiça, mas Valverde alega que a Câmara não precisa aguardar o desfecho para se manifestar. "Se a conduta dele fere o decoro parlamentar cabe ao Conselho avaliar", disse.

Para depois

Segundo a assessoria da Câmara, a representação contra Jungmann será analisada na próxima legislatura, que se inicia no dia 1º de fevereiro. Em resposta a uma consulta do próprio deputado pernambucano, na época da CPI dos Sanguessugas, a Mesa da Casa já manifestou que os processos não se encerram com o final da legislatura.

O próximo corregedor da Câmara pode entender, no entanto, que os fatos se referem ao exercício anterior e arquivar o processo. A seguir a proporcionalidade, a Corregedoria, ocupada hoje pelo PP, deve ficar nas mãos do PFL.





Fonte: Folha Online

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