Giambiagi: problema da previdência é de longo prazo
Para o economista, medidas de controle de gestão podem ter um efeito positivo sobre os gastos com auxílio-doença e outros menores, mas dificilmente afetarão o grosso das despesas da previdência. "A projeção do governo de estabilizar as despesas pode estar correta, porque deve haver uma queda em gastos menores, como o auxílio-doença, mas em algum momento, até 2010, provavelmente, essa queda vai estabilizar e o grosso vai continuar subindo, o que pode levar a uma alta persistente do déficit", prevê Giambiagi.
Segundo o economista, a regra de reajuste do salário mínimo, apesar de apontar na direção correta, também não deve ter um efeito positivo sustentado sobre as contas da previdência. "Nos últimos 10 anos o salário mínimo subiu de forma muito acelerada, então essa regra vai incidir sobre um valor muito alto. Não dá para dizer que a regra acaba com a previdência, mas ela também não resolve o problema, principalmente de 2010 em diante", analisa.
Quanto à idéia da constituição de um fórum para debater o problema previdenciário, Giambiagi é otimista, "desde que o governo esteja disposto a enfrentar sua base social e os movimentos sindicais".
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