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Nacional
Quinta - 25 de Janeiro de 2007 às 10:02

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Com a definição dos apoios formais dos partidos praticamente concluída ontem, os três candidatos à presidência da Câmara iniciaram disputa de bastidores pelas chamadas "traições" --o voto de deputados que podem contrariar suas bancadas na eleição secreta.

Ontem, o PPS formalizou seu apoio a Gustavo Fruet (PSDB-PR). Foi o 11º partido a declarar sua posição na disputa pela presidência da Casa. Das siglas de médio e grande porte, apenas o PDT ainda não se manifestou.

O petista Arlindo Chinaglia (SP) é o que tem o maior número de legendas aliadas --PT, PMDB, PP, PTB, PSC e PR (PL e Prona). Candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PC do B-SP), concorre com o respaldo de PSB, PFL e PC do B. Além do PPS, Fruet tem o apoio do PSDB e do "Grupo dos 30".

O apoio de líderes partidários não significa transferência automática de votos. A afinidade com um candidato ou os interesses regionais também pesam. Na votação secreta, o deputado pode "trair" o partido.

Diante disso, todos os candidatos afirmam que terão votos em diversas legendas. Esse é o principal argumento usado por Aldo e Fruet para contestar a suposta vantagem de Chinaglia. Se o petista recebesse os votos de todas as siglas que lhe declararam apoio, ganharia no primeiro turno com 273 votos --16 a mais do que o necessário.

No caso de Aldo, seus aliados afirmam que 225 votos já estariam assegurados, apesar de as três bancadas que o apóiam somarem apenas 104 cadeiras.

Fruet agora contabiliza ter entre 110 e 130 votos. Indício seguro da falibilidade dessas estimativas é que a soma de tudo o que os articuladores das candidaturas consideram "voto certo" dá mais de 620 deputados --e a Câmara só tem 513.

Cada candidato tem meta diferente. Fruet aposta em votos no PFL. "O apoio do PFL ao Aldo é legítimo, mas tenho certeza que parte da bancada estará conosco", diz o deputado Paulo Renato (PSDB-SP), articulador de Fruet. Outro alvo é a "ala oposicionista" do PMDB.

Aldo aposta suas fichas no chamado "baixo clero" (concentrado no PP, PL, PMDB e PTB). Para isso, conta com o apoio do corregedor da Casa, Ciro Nogueira (PP-PI). "Os deputados que me apóiam estão por todo o Brasil. Neste momento estou em Roraima e no Rio Grande do Sul", diz Aldo.

Sobre as previsões de Aldo e Fruet em relação ao PMDB, o presidente do partido, Michel Temer (SP), minimizou as "traições": "Serão muito pequenas. Aliás, quase mínimas".

Chinaglia também tem articulado para tentar recuperar votos no PSDB, que havia declarado apoio a ele, mas recuou após o lançamento de Fruet.

O trunfo do petista é um suposto acordo no qual Chinaglia seria lançado candidato pelo PT, e não de forma avulsa, para garantir que a escolha da primeira vice-presidência fique com o tucano Nárcio Rodrigues (MG). O PSDB nega o acordo.





Fonte: Folha Online

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