PT e PMDB esperam movimentação para reagirem à formação de blocos
O PMDB e o PT descartam formar um bloco integrado unicamente pelos dois partidos, já que não poderiam atuar de forma independente na Câmara. O regimento da Casa obriga que o bloco tenha um líder responsável por falar pelos partidos que o integram em plenário, assinar emendas parlamentares, destaques e projetos. Somente a estrutura física dos partidos em separado é mantida após a formação do bloco.
Diante das amarras do regimento, as duas legendas admitem que podem formar blocos somente com os chamados partidos nanicos. O PMDB, que elegeu 89 deputados, mira o PHS, com dois parlamentares, e o PTC, com três deputados eleitos.
"O objetivo do bloco é buscar espaço de poder. Os partidos que já têm um grande número de parlamentares já têm seus espaços garantidos", disse o líder do PMDB na Câmara, deputado Wilson Santiago (PB).
O líder admite que vai procurar outras legendas somente se houver ameaças ao PMDB que representem a redução de poderes ao partido na Câmara.
Com 41 parlamentares, o PP também já se articula para não perder direito a uma vaga de titular na Mesa Diretora. O líder do partido, deputado Mário Negromonte (BA), recebeu o aval da bancada para formar bloco sem consultar os colegas de partido caso a legenda esteja ameaçada de perder poderes.
Pela regra da proporcionalidade, as escolhas de cargos no comando da Câmara seguem a seguinte ordem: PMDB, PT, PSDB, PFL, PMDB, PP e PT. Já o PSB, o PR, o PDT e o PTB têm direito a escolher vagas na suplência. O cenário, no entanto, pode ser modificado se os partidos efetivarem os blocos parlamentares.
Troca-troca
Com a mudança no regimento interno da Câmara --que definiu o espaço de cada partido com base no resultado das urnas --as legendas encontraram como alternativa a formação de blocos parlamentares para aumentar o poder de negociação no Congresso.
Antes da mudança, o caminho era o chamado troca-troca partidário que garantia poderes ao partido proporcionalmente ao número de parlamentares filiados à legenda no dia da posse dos deputados. No Senado, a antiga regra ainda está em vigor.
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