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Saúde
Quinta - 25 de Janeiro de 2007 às 04:22

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Apesar de ter a distribuição prevista pelo Ministério da Saúde desde 2002 em cerca de 1,3 mil municípios, muitos médicos da rede pública ainda hesitavam em prescrever a pílula do dia seguinte por razões éticas. A recente resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que regulamenta o uso da pílula e estabelece normas éticas para o uso da anticoncepção da emergência, esclarece que o método não deve ser considerado abortivo.

"A pílula não é abortiva porque age antes que a gravidez ocorra. Se a fecundação ainda não ocorreu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozóide com o óvulo. Agora, se já tiver ocorrido, impede a implantação do ovo fecundado. O importante é que o método se propõe a evitar uma gravidez indesejada", explica o ginecologista José Hiran Gallo, membro do CFM.

Segundo Hiran, a eficácia da pílula é de até 95%, se ela for tomada nas primeiras 24 horas após a relação. Com o passar dos dias, porém, esse percentual chega a cair até 25%, no quarto dia. Caso a pílula não impeça a gravidez, ela também não oferece riscos nem para a mãe, nem para a criança. "Se por acaso a gravidez acontecer, ela ocorrerá normalmente", diz.

A auxiliar administrativa Crisvane Batalha, 33 anos, já teve que recorrer à pílula do dia seguinte em situações de emergência. Embora sempre tenha se precavido com anticoncepcional, já aconteceu de ela esquecer de tomar a pílula ou usar camisinha.

"A pílula do dia seguinte ajuda e muito. É uma saída para quem não tem muito controle. Mas as pessoas devem tomar cuidado porque, em exagero, ela pode fazer mal à saúde. Pessoalmente, senti tonteira, palpitações e enjôo", recorda Crisvane.

A resolução do CFM deixa claro ainda que a pílula do dia seguinte só deve ser utilizada em casos específicos, como falha no método convencional ou em situações de estupro, por exemplo, e não como método anticoncepcional. Altas doses dos hormônios estrógeno e progesterona podem afetar a saúda da usuária. Segundo a ginecologista e obstetra Patrícia Lúcia Virgílio, há outros métodos contraceptivos muito mais seguros e aconselháveis que a pílula do dia seguinte.

"A anticoncepção de emergência tem indicações muito específicas e não deve ser utilizada rotineiramente. O consumo não deve ser banalizado sob o risco de a mulher sofrer inúmeros efeitos colaterais, como dor de cabeça, vômito e até sangramentos", alerta Patrícia.




Fonte: Terra

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