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Alta definição de imagens preocupa indústria pornô
A indústria da pornografia se tornou explícita demais, até mesmo para o seu gosto. A pornografia há muito vem servindo para acelerar a adoção de novas tecnologias, das impressoras rotativas ao videocassete. Agora, os estúdios de filmes pornográficos estão se mantendo adiante das tendências por meio do lançamento de DVDs de alta definição.
Eles descobriram que a tecnologia ocasionalmente não é tão sexy assim. O formato de alta definição vem acentuando as imperfeições nos corpos dos atores e atrizes - de um pouquinho de celulite em uma perna a traços de rugas em torno dos olhos.
Hollywood também vem enfrentando esse tipo de problema, mas no caso dos pornógrafos a situação é mais extrema, já que eles dependem mais de filmagens em close e, por terem adotado o novo formato rapidamente, estão tendo de encarar o problema mais cedo do que as empresas de entretenimento mais convencionais.
Os produtores estão tomando medidas para ocultar as imperfeições. Algumas tomadas estão sendo iluminadas de maneira diferente, enquanto certos atores simplesmente não são filmados em determinados ângulos, ou estão passando por cirurgia cosmética, ou procurando especialistas em maquiagem. "O maior problema são as marcas deixadas pela depilação", disse Stormy Daniels, atriz, diretora e roteirista. Daniels mantém certo ceticismo, dizendo que "não estou 100% segura de que alguém realmente deseje ver pornografia em alta definição", afirmou.
Os defensores da nova tecnologia rebatem afirmando que a alta definição, porque torna as coisas mais visíveis e definidas, permite que os espectadores se sintam mais perto da ação. "Ela coloca o espectador dentro do quarto", disse o diretor conhecido como Robby D., cujos filmes incluem Sexual Freak. O avanço dos pornógrafos no território do vídeo de alta definição talvez tenha sido desacelerado em certa medida pela Sony, uma das principais promotoras do formato Blu-ray de vídeo de alta definição. A empresa anunciou na semana passada que manteria suas normas tradicionais e não fabricaria vídeos pornográficos em massa por encomenda de suas produtoras.
A decisão forçou a indústria da pornografia a optar pelo formato concorrente, o HD DVD, ou, em certos casos, a encontrar empresas capazes de fabricar discos em formato Blu-ray. Os produtores afirmam que a decisão da Sony quanto a ignorá-los é insensata, dado o papel da pornografia em promover a difusão de novas tecnologias. "Quando você está introduzindo um novo formato, ao que parece o setor adulto pode ajudar", disse Steven Hirsch, co-presidente executivo do Vivid Entertainment Group, um dos líderes do setor. Hirsch acrescentou que a alta definição, não importa em que formato, "é o futuro".
A despeito dos desafios, a indústria da pornografia, que distribuiu cerca de sete mil filmes novos em DVD no ano passado e vendeu US$ 3,6 bilhões em discos nos Estados Unidos, está adotando rapidamente o formato de alta definição. Uma das grandes empresas do ramo, a Digital Playground, planeja lançar seus primeiros quatro títulos em HD DVD este mês, e planeja quatro lançamentos mensais daqui por diante. Em março, a Vivid planeja relançar Debbie Does Dallas Again, seu primeiro longa-metragem, tanto em formato HD DVD quanto em Blu-ray.
A Vivid, como a Digital Playground, vem gravando seus vídeos com câmeras de alta definição há dois anos, para criar um catálogo de filmes em alta definição. Ambos os estúdios lançaram suas produções em formato padronizado, mas planejam oferecer versões de alta definição assim que os aparelhos e os televisores de nova geração se tornem populares no mercado.
Os estúdios dizem que sua experiência no uso da tecnologia lhes oferece vantagens na compreensão de como enfrentar as vantagens e problemas que as imagens de alta nitidez geram. As técnicas incluem o uso de ferramentas de pós-produção que permitem que atenuem digitalmente o tom da pele dos atores. "Isso remove as manchas e as irregularidades, e faz com que todos pareçam terem pele de bebê", disse o diretor conhecido como Joone, que fez Pirates, um dos vídeos mais vendidos do setor, que estará disponível este mês em formato de alta definição.
Jesse Jane, uma das maiores estrelas do ramo, planeja fazer uma plástica no mês que vem para lidar com um dos efeitos colaterais da alta definição. As imagens se tornam tão claras que os implantes de seios que ela usa há seis anos assumem formatos estranhos nas telas. "Vou refazer meus seios por causa da alta definição", disse. Jane tem estrias há sete anos, desde que teve um bebê, e elas se tornaram mais aparentes agora. Mas ela resolve esse tipo de dificuldade de maneira mais simples: com uso liberal de spray de bronzeamento.
Ainda assim, ela aprecia a nova tecnologia, e o mesmo se aplica à sua amiga Kirsten Price, que trabalhou em Manhunters e Just Like That.
"A alta definição é ótima porque as pessoas querem ver bem quem está nas telas", disse Price. "As pessoas querem ver o real". Price vai permitir que o façam, ou quase. Ela fez um tratamento a laser para reduzir pequenas veias de cor púrpura em suas coxas, que os espectadores não eram capazes de ver com a tecnologia mais antiga. "Pode-se ver coisas que não vemos a olho nu", disse Robbie D. "Mas um pouco de celulite não é necessariamente uma desgraça. Pode ser sexy". Ele acredita que a tecnologia torne a experiência mais íntima. "As pessoas querem filmes adultos pelo contato pessoal, e continuam a não tê-lo. O vídeo de alta definição permite que vejam um pouco mais da garota".
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
The New York Times
Eles descobriram que a tecnologia ocasionalmente não é tão sexy assim. O formato de alta definição vem acentuando as imperfeições nos corpos dos atores e atrizes - de um pouquinho de celulite em uma perna a traços de rugas em torno dos olhos.
Hollywood também vem enfrentando esse tipo de problema, mas no caso dos pornógrafos a situação é mais extrema, já que eles dependem mais de filmagens em close e, por terem adotado o novo formato rapidamente, estão tendo de encarar o problema mais cedo do que as empresas de entretenimento mais convencionais.
Os produtores estão tomando medidas para ocultar as imperfeições. Algumas tomadas estão sendo iluminadas de maneira diferente, enquanto certos atores simplesmente não são filmados em determinados ângulos, ou estão passando por cirurgia cosmética, ou procurando especialistas em maquiagem. "O maior problema são as marcas deixadas pela depilação", disse Stormy Daniels, atriz, diretora e roteirista. Daniels mantém certo ceticismo, dizendo que "não estou 100% segura de que alguém realmente deseje ver pornografia em alta definição", afirmou.
Os defensores da nova tecnologia rebatem afirmando que a alta definição, porque torna as coisas mais visíveis e definidas, permite que os espectadores se sintam mais perto da ação. "Ela coloca o espectador dentro do quarto", disse o diretor conhecido como Robby D., cujos filmes incluem Sexual Freak. O avanço dos pornógrafos no território do vídeo de alta definição talvez tenha sido desacelerado em certa medida pela Sony, uma das principais promotoras do formato Blu-ray de vídeo de alta definição. A empresa anunciou na semana passada que manteria suas normas tradicionais e não fabricaria vídeos pornográficos em massa por encomenda de suas produtoras.
A decisão forçou a indústria da pornografia a optar pelo formato concorrente, o HD DVD, ou, em certos casos, a encontrar empresas capazes de fabricar discos em formato Blu-ray. Os produtores afirmam que a decisão da Sony quanto a ignorá-los é insensata, dado o papel da pornografia em promover a difusão de novas tecnologias. "Quando você está introduzindo um novo formato, ao que parece o setor adulto pode ajudar", disse Steven Hirsch, co-presidente executivo do Vivid Entertainment Group, um dos líderes do setor. Hirsch acrescentou que a alta definição, não importa em que formato, "é o futuro".
A despeito dos desafios, a indústria da pornografia, que distribuiu cerca de sete mil filmes novos em DVD no ano passado e vendeu US$ 3,6 bilhões em discos nos Estados Unidos, está adotando rapidamente o formato de alta definição. Uma das grandes empresas do ramo, a Digital Playground, planeja lançar seus primeiros quatro títulos em HD DVD este mês, e planeja quatro lançamentos mensais daqui por diante. Em março, a Vivid planeja relançar Debbie Does Dallas Again, seu primeiro longa-metragem, tanto em formato HD DVD quanto em Blu-ray.
A Vivid, como a Digital Playground, vem gravando seus vídeos com câmeras de alta definição há dois anos, para criar um catálogo de filmes em alta definição. Ambos os estúdios lançaram suas produções em formato padronizado, mas planejam oferecer versões de alta definição assim que os aparelhos e os televisores de nova geração se tornem populares no mercado.
Os estúdios dizem que sua experiência no uso da tecnologia lhes oferece vantagens na compreensão de como enfrentar as vantagens e problemas que as imagens de alta nitidez geram. As técnicas incluem o uso de ferramentas de pós-produção que permitem que atenuem digitalmente o tom da pele dos atores. "Isso remove as manchas e as irregularidades, e faz com que todos pareçam terem pele de bebê", disse o diretor conhecido como Joone, que fez Pirates, um dos vídeos mais vendidos do setor, que estará disponível este mês em formato de alta definição.
Jesse Jane, uma das maiores estrelas do ramo, planeja fazer uma plástica no mês que vem para lidar com um dos efeitos colaterais da alta definição. As imagens se tornam tão claras que os implantes de seios que ela usa há seis anos assumem formatos estranhos nas telas. "Vou refazer meus seios por causa da alta definição", disse. Jane tem estrias há sete anos, desde que teve um bebê, e elas se tornaram mais aparentes agora. Mas ela resolve esse tipo de dificuldade de maneira mais simples: com uso liberal de spray de bronzeamento.
Ainda assim, ela aprecia a nova tecnologia, e o mesmo se aplica à sua amiga Kirsten Price, que trabalhou em Manhunters e Just Like That.
"A alta definição é ótima porque as pessoas querem ver bem quem está nas telas", disse Price. "As pessoas querem ver o real". Price vai permitir que o façam, ou quase. Ela fez um tratamento a laser para reduzir pequenas veias de cor púrpura em suas coxas, que os espectadores não eram capazes de ver com a tecnologia mais antiga. "Pode-se ver coisas que não vemos a olho nu", disse Robbie D. "Mas um pouco de celulite não é necessariamente uma desgraça. Pode ser sexy". Ele acredita que a tecnologia torne a experiência mais íntima. "As pessoas querem filmes adultos pelo contato pessoal, e continuam a não tê-lo. O vídeo de alta definição permite que vejam um pouco mais da garota".
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
The New York Times
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/246108/visualizar/
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