Médicos e hospitais ameaçam parar por falta de pagamento
Os médicos ainda reivindicam o pagamento do adicional do Índice de Valorização de Qualidade (IVQ), dívida da prefeitura, que segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), está hoje em R$ 1,1 milhão.
O IVQ foi criado na gestão passada como forma de compensação aos médicos devido a tabela do SUS estar defasada desde 1996.
Se a paralisação for deflagrada, apenas os atendimentos de urgência e emergência vão funcionar em hospitais como a Santa Casa de Misericórdia, Santa Helena, Só Trauma, Bom Jesus, Hospital Geral e Hospital do Câncer. Consultas, cirurgias e exames estarão suspensos.
O vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos dos Serviços de Saúde (Sindessmat), Altino José de Souza, afirma que os hospitais que atendem pelo SUS vão paralisar as atividades. "Os hospitais não têm mais como atender, pois dependem basicamente do SUS, já que mais de 90% da sua demanda é atendida pelo Sistema Único de Saúde".
A situação da Saúde do município, que está levando os hospitais a interromperem o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde é um desastre que poderia ter sido evitado. Cuiabá é um dos municípios de Mato Grosso premiados pelo Ministério de Saúde (MS) com a Gestão Plena em Saúde. O que significa que os repasses para a pasta são feitos regularmente pelo MS e caem mensalmente na conta da Prefeitura de Cuiabá. Isso faz com que não haja nenhuma desculpa para o atraso de até dois meses aos hospitais. A falta de pagamento faz com que se instale o caos na Saúde do município e proporciona ao prefeito da capital, Wilson Santos, oportunidade para reclamar da Saúde do Estado, como tem feito, já que é do partido de oposição ao Governo do Estado.
Se o prefeito estivesse repassando a verba recebida do Ministério da Saúde, em dia, a Saúde do município não estaria na situação deplorável em que se encontra. Urge, isto sim, uma prestação de contas da Prefeitura que explique para onde está indo o dinheiro da Saúde recebido por Cuiabá diretamente do MS. Prova desse recebimento é a afirmação, por parte do secretário municipal de Saúde, Olete Ventura, por meio de sua assessoria de imprensa, que só irá se pronunciar sobre o caso hoje, após uma reunião com o prefeito Wilson Santos (PSDB).
O secretário de defesa profissional e condições de trabalho do Sindimed, Luis Carlos Alvarenga, ressalta que os médicos, além de estarem sem receber os salários de novembro e dezembro, ainda estão sem o repasse do IVQ desde maio de 2006. Segundo Alvarenga, a administração municipal acertou com a categoria que iria pagar o IVQ referente a fevereiro, março e abril e o restante iria parcelar em 20 parcelas de R$ 35 mil. Ele afirma que os primeiros R$ 500 mil foram pagos e depois nenhum outro repasse foi feito pela prefeitura. Em novembro, em uma nova reunião, Alvarenga afirma que a categoria voltou a cobrar os atrasos, assim como em 12 e 18 de janeiro deste ano, e afirma que não houve resposta da administração.
Comentários