Repórter News - reporternews.com.br
Corte de juro pelo Copom hoje divide o mercado
O mercado está dividido em relação à decisão que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central tomará hoje sobre os juros. Parte dos analistas mantém a aposta de corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica. Outra ala do mercado, porém, espera redução de 0,5 ponto.
Há muito tempo que o mercado não ficava tão dividido sobre a decisão do Copom para a trajetória dos juros. Nas últimas quatro reuniões, os cortes na Selic foram de 0,5 ponto percentual, dentro do esperado pela maioria dos analistas.
Além disso, na reunião realizada em novembro do ano passado, pela primeira vez, desde março de 2006, a decisão do comitê não foi unânime, já que cinco integrantes do Copom votaram a favor de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic e três pela redução de apenas 0,25 ponto percentual na taxa.
Para o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho, "seria prudente diminuir o ritmo de corte da Selic, para avaliar quais serão os efeitos das reduções já promovidas na taxa".
"A decisão não nos parece trivial, porém, a manutenção do cenário de demanda interna forte, sem o acompanhamento da oferta, que vinha se desenhando já em dezembro, torna a opinião dos três [membros] dissidentes na última reunião [do Copom] mais forte. Com isso, acreditamos em um corte de 0,25 ponto percentual nesta reunião", disse.
Com isso, na avaliação do economista, a taxa que está hoje em 13,25% cairá para 13% ao ano.
A economista da Ágora Senior, Flávia Fialho, e o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, também apostam em um corte de 0,25 ponto percentual na Selic. Na opinião deles, o Copom pode levar em conta as medidas "expansionistas" do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado ontem pelo governo federal.
Já entre os que esperam redução de 0,5 ponto percentual no juro na reunião de amanhã, os principais argumentos são a inflação sob controle, apesar de pressões sazonais, e a queda do dólar em relação ao real.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou 2006 com uma inflação de 3,14%, praticamente a metade da taxa apurada em 2005, que foi de 5,69%. O índice é o menor desde 1998, quando a alta havia sido de 1,65%, além de bastante inferior ao pico de 12,53%, de 2002.
Além disso, o IPCA ficou bem abaixo do centro da meta de inflação para o ano, que era de 4,5%. É a primeira vez que isso acontece desde o início do regime de metas de inflação.
Para 2007, segundo o último boletim Focus do Banco Central, os analistas projetam inflação de 4,07% pelo IPCA. A meta do governo para este ano é 4,5%.
Já o dólar encerrou 2006 com queda de 8% em relação ao real. Neste ano, até ontem, a divisa acumula desvalorização de 0,18%.
Para Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management, o Copom deve reduzir a taxa em 0,50 ponto percentual.
"Há um espaço inédito para redução de juros sem pressão cambial à vista e graças ao sucesso dos últimos anos da política monetária em quebrar a inércia inflacionária na formação de expectativas dos agentes", afirmou Penteado.
Luiz Kleber Hollinger, da Americainvest, e Sidnei Nehme, da NGO Corretora, também esperam uma redução da Selic para 12,75% ao ano nesta quarta-feira.
"Tecnicamente, a única forma de conter a queda do dólar é reduzindo mais o juro", avaliou Nehme.
Para o economista da NGO, o corte de 0,5 ponto percentual da Selic se alinha com o discurso de crescimento do governo federal.
Hollinger, por sua vez, afirmou ter ficado um pouco preocupado com o discurso do ministro Guido Mantega (Fazenda), durante o anúncio do PAC, que cobrou a queda dos juros do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Quando falava dos cenários de taxa de juros incluídos no PAC, Mantega aproveitou para mandar um recado ao presidente do BC: "Primeira conclusão é que o mercado está esperando uma redução da taxa Selic. A continuação, viu, Meirelles?".
Essa cobrança feita pelo ministro, segundo Hollinger, pode levar parte do mercado a interpretar que uma decisão menos conservadora do Copom teria alguma pressão política. Por outro lado, se o comitê baixar a taxa em apenas 0,25 ponto, vai haver muita reclamação do setor produtivo.
As projeções de juros futuros, negociados na BM&F (Bolsa de Mercadoria & Futuros) fecharam ontem com tendências diferentes. A estimativa de taxa para o vencimento de fevereiro, o mais próximo, recuou de 12,93% para 12,90%. No caso do contrato mais negociado, que vence em janeiro de 2008, houve aumento, de 12,35% para 12,37%.
Há muito tempo que o mercado não ficava tão dividido sobre a decisão do Copom para a trajetória dos juros. Nas últimas quatro reuniões, os cortes na Selic foram de 0,5 ponto percentual, dentro do esperado pela maioria dos analistas.
Além disso, na reunião realizada em novembro do ano passado, pela primeira vez, desde março de 2006, a decisão do comitê não foi unânime, já que cinco integrantes do Copom votaram a favor de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic e três pela redução de apenas 0,25 ponto percentual na taxa.
Para o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho, "seria prudente diminuir o ritmo de corte da Selic, para avaliar quais serão os efeitos das reduções já promovidas na taxa".
"A decisão não nos parece trivial, porém, a manutenção do cenário de demanda interna forte, sem o acompanhamento da oferta, que vinha se desenhando já em dezembro, torna a opinião dos três [membros] dissidentes na última reunião [do Copom] mais forte. Com isso, acreditamos em um corte de 0,25 ponto percentual nesta reunião", disse.
Com isso, na avaliação do economista, a taxa que está hoje em 13,25% cairá para 13% ao ano.
A economista da Ágora Senior, Flávia Fialho, e o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, também apostam em um corte de 0,25 ponto percentual na Selic. Na opinião deles, o Copom pode levar em conta as medidas "expansionistas" do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado ontem pelo governo federal.
Já entre os que esperam redução de 0,5 ponto percentual no juro na reunião de amanhã, os principais argumentos são a inflação sob controle, apesar de pressões sazonais, e a queda do dólar em relação ao real.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou 2006 com uma inflação de 3,14%, praticamente a metade da taxa apurada em 2005, que foi de 5,69%. O índice é o menor desde 1998, quando a alta havia sido de 1,65%, além de bastante inferior ao pico de 12,53%, de 2002.
Além disso, o IPCA ficou bem abaixo do centro da meta de inflação para o ano, que era de 4,5%. É a primeira vez que isso acontece desde o início do regime de metas de inflação.
Para 2007, segundo o último boletim Focus do Banco Central, os analistas projetam inflação de 4,07% pelo IPCA. A meta do governo para este ano é 4,5%.
Já o dólar encerrou 2006 com queda de 8% em relação ao real. Neste ano, até ontem, a divisa acumula desvalorização de 0,18%.
Para Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management, o Copom deve reduzir a taxa em 0,50 ponto percentual.
"Há um espaço inédito para redução de juros sem pressão cambial à vista e graças ao sucesso dos últimos anos da política monetária em quebrar a inércia inflacionária na formação de expectativas dos agentes", afirmou Penteado.
Luiz Kleber Hollinger, da Americainvest, e Sidnei Nehme, da NGO Corretora, também esperam uma redução da Selic para 12,75% ao ano nesta quarta-feira.
"Tecnicamente, a única forma de conter a queda do dólar é reduzindo mais o juro", avaliou Nehme.
Para o economista da NGO, o corte de 0,5 ponto percentual da Selic se alinha com o discurso de crescimento do governo federal.
Hollinger, por sua vez, afirmou ter ficado um pouco preocupado com o discurso do ministro Guido Mantega (Fazenda), durante o anúncio do PAC, que cobrou a queda dos juros do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Quando falava dos cenários de taxa de juros incluídos no PAC, Mantega aproveitou para mandar um recado ao presidente do BC: "Primeira conclusão é que o mercado está esperando uma redução da taxa Selic. A continuação, viu, Meirelles?".
Essa cobrança feita pelo ministro, segundo Hollinger, pode levar parte do mercado a interpretar que uma decisão menos conservadora do Copom teria alguma pressão política. Por outro lado, se o comitê baixar a taxa em apenas 0,25 ponto, vai haver muita reclamação do setor produtivo.
As projeções de juros futuros, negociados na BM&F (Bolsa de Mercadoria & Futuros) fecharam ontem com tendências diferentes. A estimativa de taxa para o vencimento de fevereiro, o mais próximo, recuou de 12,93% para 12,90%. No caso do contrato mais negociado, que vence em janeiro de 2008, houve aumento, de 12,35% para 12,37%.
Fonte:
Folha online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/246246/visualizar/
Comentários