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Economia
Quarta - 24 de Janeiro de 2007 às 08:17

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A estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) assina em fevereiro protocolo de intenções com o governo do Estado para a injeção de investimentos na MT Gás. O primeiro passo para a abertura de capital da companhia já agita o mercado e desperta a Mato Grosso interessados em investir US$ 350 milhões na área de energia a partir de 2008. O aporte estimado envolve empreendimentos de 3 empresas dos Estados Unidos, Canadá e Bolívia.

A assinatura será realizada em Cuiabá, com a vinda de uma comitiva de 6 executivos da YPFB, liderada pelo presidente da estatal, Juan Carlos Ortiz. O acordo será o primeiro resultado concreto do canal de negociações aberto em março do ano passado, cujas discussões foram intensificadas após sucessivos cortes no fornecimento de gás natural à usina Mário Covas, a termelétrica de Cuiabá, desde o mês de agosto.

O secretário-adjunto da Casa Civil, Jefferson de Castro Júnior, destaca que a partir do compromisso assinado, a previsão é que sejam demandados de 60 a 90 dias para a posição final sobre os investimentos na MT Gás. A idéia sustentada pelo governo estadual nas rodadas de negociações é um novo desenho societário com um quinhão de 10% a 49% das ações nas mãos da YPFB. "Isso é que o governo do Estado está disposto a conversar".

O Executivo estadual ainda não divulga as cifras e a avaliação dos ativos atuais da MT Gás, sob a alegação de que essas informações são estratégicas nas discussões com a Bolívia. Após a assinatura, a Casa Civil deverá conduzir a licitação para a contratação de uma empresa de consultoria para levantar a demanda de investimentos.

Independente desse valor, a transação vem aguçando o capital estrangeiro. Os investimentos estimados em US$ 350 milhões envolve a construção de duas termelétricas e uma unidade industrial de criogenização, processo em que o gás natural é submetido a baixas temperaturas para a transformação no estado líquido (GNL). As 3 empresas já fizeram contatos com o governo estadual. Segundo Castro Júnior, a expectativa é que a abertura do capital da MT Gás traga como reação imediata a atração desse aporte, com a aplicação nas 3 plantas a partir de 2008.

Diálogo - O governo estadual evita fomentar a celeuma entre a controladora da termelétrica de Cuiabá, a Empresa Pantanal Energia (EPE), e a Bolívia, exposta por meio das declarações lançadas na semana passada pelo presidente Evo Morales. O chefe do país encara o preço pago pela EPE na aquisição do gás natural, de US$ 1,09 por milhão de BTU, como "subvencionado".

"Não nos meteremos nessa questão de preços. O Estado de Mato Grosso e Bolívia nunca tiveram um diálogo tão bom quanto agora. Hoje há essa distinção por parte da YPFB de que a MT Gás e a EPE são coisas totalmente distintas", frisa Castro Júnior.





Fonte: Folhabnet

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