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Quarta - 24 de Janeiro de 2007 às 05:13
Por: Jocelaine Simão

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Já se foi o tempo em que se podia estacionar o carro sem ter de ficar olhando para o veículo a cada segundo, ou sair para caminhar à noite sem medo de assaltos e roubos.

Mesmo com todo empenho das polícias Civil e Militar, Tangará da Serra está se transformando em uma cidade violenta. A criminalidade que assola o município teve mais um triste episódio na noite de segunda-feira. Por volta das 20h um homem armado invadiu um supermercado e baleou o proprietário, que horas mais tarde acabou falecendo. O medo de novos ataques preocupa os moradores. Ultimamente, os supermercados e estabelecimentos comerciais tem se tornado alvo constante dos bandidos. O local com maior índice de ocorrências, por incrível que pareça, é o centro da cidade. Lá, ocorrem casos de furto, furto qualificado e roubo.

Um fato que gerou reclamação por parte da comunidade foi a demora da Polícia Militar ao atender o comunicado do assalto ao supermercado. Segundo testemunhas, a PM demorou cerca de 30 minutos para chegar ao local. “O Corpo de Bombeiros chegou em questão de minutos, juntamente com a impresa. Ligamos várias vezes para a PM que demorou mais de 30 minutos para chegar”, declara indignado um funcionário do supermercado.

Outro morador diz que a polícia alegou não ter viatura disponível para atender todas as ocorrências. “Enquanto a PM tem justificativa para o atraso, pessoas trabalhadoras acabam pagando o preço, muitas vezes com a vida e os criminosos continuam andando livremente pela cidade. O ladrão fugiu de bicicleta, acredito que caso a PM tivesse atendido imediatamente o comunicado, ele poderia estar preso agora”, diz um amigo da família do empresário.

O coronel Victor Hugo Metello de Siqueira ao ser questionado sobre a demora da PM, falou que tem informações que a ocorrência foi atendida o mais breve possível e frisou que “se a PM tivesse chego em três minutos, não teria mais como evitar o assalto, no entanto, os policiais militares não estão medindo esforços para resolver o caso, passaram a noite de segunda e a madrugada de terça-feira trabalhando na captura do acusado, verificando todas as informações que eram repassadas”, explica o coronel.

OUTROS CASOS - Um morador do bairro Jardim Europa procurou o DS e reclamou que presenciou um furto à residência e avisou de imediato a PM, que informou não ter viatura disponível. “Não temos a quem recorrer, pois o policial foi informado do furto e mesmo assim não atenderam o chamado. A PM apareceu no local, depois de uma hora, ocasião que informamos quem havia praticado o furto, mas nada foi feito”, declara.

Siqueira diz que há diversos fatores que colaboram para os crimes, como alto número de desemprego, grupos ou criminosos que voltam às ruas após a prisão e até a vulnerabilidade estudada no comportamento de determinada região.

Siqueira salienta que a questão do horário mais perigoso em determinados locais também é relativo. A PM recomenda que as pessoas não andem sozinhas à noite.

Em relação aos lugares conhecidos como violentos, o coronel diz que não dá para generalizar bairro nenhum, até porque, há criminosos que moram na periferia, mas também há muita gente honesta e trabalhadora lá. Ele acha que essa gente de bem, muitas vezes, se sente acuada em ajudar a polícia.

Segundo o coronel, a PM conhece os focos das atuações dos criminosos na cidade.

DENÚNCIAS - Sem querer transferir a culpa, as autoridades pedem a colaboração das vítimas. A denúncia, mesmo que seja apenas uma desconfiança, ajudará muito nas investigações. Segundo os órgão policiais do município os poderes de justiça somente sabem dos crimes com a denúncia.

DIFICULDADES DA POLÍCIA - O comandante deixou claro que a Polícia Militar em Tangará trabalha com um déficit operacional de pessoas. No entanto, diante das últimos assaltos à mão armadas que ocorreram na cidade, tendo em vista que um deles acabou em tragédia, a PM colocou todso os policiais na rua, inclusive quem trabalha no setor administrativo, dando início a “Operação Fecha Quartel”. A informação foi repassada pelo capitão Eduardo Costa. O objetivo é manter o policiamento reforçado nos centros e nos bairros. “Os incidentes ocorridos nos últimos dias influenciaram a ação da PM”, declara.

PROTESTO - A comunidade tangaraense saiu as ruas na tarde de ontem para protestar contra a violência. A iniciativa contou com a participação de dezenas de pessoas que realizaram uma passeata pelo centro da cidade.

Trotes para 190 atrapalham policiamento em Tangará da Serra Quando alguém precisa fazer um chamado de urgência, o primeiro número que vem à mente é o 190. Entretanto, o telefone de emergência da Polícia Militar tem sofrido com os freqüentes trotes para a sala de operações. Do total das ligações diárias, 50% são trotes, segundo o coronel. O que poderia resultar em atendimento eficaz a uma ocorrência acaba prejudicando o serviço de policiamento no município.

Nos dias e horários de pico, como noites de finais de semana ou dias de eventos públicos, há um acréscimo substantivo nesses dois índices. "Muitas vezes, acontece de as pessoas estarem com problemas que não são atinentes ao serviço de polícia ostensiva, como solicitação de ambulância", ressalta.

Ele faz questão de salientar que a PM não se importa em ajudar a população, mas lembra que "todos os serviços públicos têm números respectivos e divulgados.

Telefonemas falsos podem desviar a atenção dos policiais De acordo com coronel, existem trotes com a intenção de desviar o policiamento de determinada área, para cometimento de crime. É por isso, e pelo transtorno que essa brincadeira nociva proporciona ao serviço policial, que hoje a polícia tem como localizar exatamente e prender em minutos todo aquele que estiver passando trotes para o 190, seja em residência, celular ou orelhão. Preso, o acusado responderá processo por crime contra o serviço de utilidade pública.

O 190 desocupado é fundamental alguém que está numa situação de desespero, realmente precisando de auxílio policial, possa receber pronto atendimento. Em contrapartida, o número ocupado em vão com brincadeiras pode fazer com que se perca uma vida. Os outros telefones da corporação são 3329- 3462, 3326-2990 e 3326-1398.




Fonte: Diário da Serra

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