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AL: governador recua e dá aumento a servidores
O governador de Alagoas Teotonio Vilela Filho (PSDB) cedeu às pressões dos servidores públicos e revogou uma parte do decreto que suspendia o aumento nos salários dos funcionários, concedidos ano passado.
Em greve desde a semana passada, os servidores não aceitavam os cortes promovidos pelo governo nos salários e invadiram a Secretaria da Fazenda cobrando a revogação do decreto.
Os servidores e o governador estiveram reunidos das 17h de ontem até 1h desta quarta-feira. Vilela apresentou a proposta de pagar 80% do aumento salarial dos professores em cinco parcelas, mais um adicional de 17%, além de revogar os três primeiros artigos do decreto que, segundo os servidores, atingiam diretamente os funcionários públicos.
Policiais civis, legistas e corpo de bombeiros tiveram a garantia de que os cortes em seus salários serão repostos pelo governo.
A proposta de Vilela não encerra automaticamente a greve dos servidores. Eles se reúnem na manhã de hoje para decidir pelo fim ou não da paralisação.
Durante a reunião, a pressão acabou fazendo o governador recuar várias vezes com os servidores. De acordo com sindicalistas que acompanharam o encontro, Vilela chegou a declarar que "não tinha propostas" e se comprometeu a ouvir os servidores, mas os dois lados acabaram construindo uma alternativa em conjunto.
Vilela declarou, na reunião, estar disposto a revogar os três primeiros artigos que suspendiam os aumentos dos servidores públicos, concedidos ano passado. Os grevistas gostaram da idéia e o clima de tensão dos dois lados foi diminuído. "Este decreto é inconstitucional. A OAB espera por esta reunião, mas a comissão de constituição e justiça da ordem analisa a entrada de uma ação civil pública contra o Estado", disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Gilberto Irineu, antes do início da reunião.
O governador e os representantes dos grevistas se reuniram em uma única sala no Palácio República dos Palmares, sede do Governo. Cada ponto foi anotado pelo governador, enquanto os servidores ditavam a pauta. Depois, os dois lados se dividiram em duas salas: Vilela discutiu com sua equipe uma proposta e os servidores faziam a mesma coisa, sempre contactando as categorias que ocuparam o prédio da Secretaria da Fazenda desde a quinta-feira passada.
Antes da reunião, era visível o clima de cansaço e recuo entre governo e servidores. "O aquartelamento está descartado", disse o comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Goulart, ao falar sobre a proposta de greve dos policiais.
Os médicos voltaram ao trabalho e os enfermeiros, com curso superior, resolveram suspender a paralisação. Policiais civis e os legistas do Instituto Médico Legal discutem hoje se continuam ou não em greve; e os professores articulam uma assembléia para decidir se retornam às salas de aula. Os demais servidores da saúde também decidirão pela manutenção ou não da greve. Os professores receberam uma parte dos aumentos retirados pelo governo.
Para o deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT) o decreto representa apenas uma parte do problema aos servidores públicos. Para ele, o governador deve mostrar em quanto está o ¿buraco¿ financeiro de Alagoas. "O governador disse que o buraco de Alagoas é maior que o de São Paulo. Isso é grave. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) precisa falar sobre isso". O Terra tentou contato com o ex-governador, mas não conseguiu localizá-lo.
Para Paulão, Vilela tem a obrigação de fazer uma auditoria no Estado e afirmou que o mentor do decreto não foi o governador, mas um grupo de secretários: o de Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes; a da Fazenda, Fernanda Vilela; o da Casa Civil, Álvaro Machado; e o procurador Geral do Estado, Mário Jorge Uchoa. "Ficaram buzinando no ouvido do governador", apontou. "O governador cortou os gastos, mas eu pergunto: e a verba com publicidade nos meios de comunicação? Por que ele continua mantendo?", questionou o petista.
Os secretários ligados a área financeira do Estado foram convocados pela Assembléia Legislativa para darem explicações sobre os números de Alagoas.
Ajuda de Lula
O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, chega hoje a Alagoas. Segundo a assessoria do governador, Vilela entregou para o ministro uma pauta de reivindicações, na verdade, uma cobrança sobre as obras hídricas paradas no Estado, como o Canal do Sertão, obra de R$ 500 milhões com a proposta de matar a sede de sertanejos atingidos pela seca.
Na quinta-feira, uma comissão de técnicos dos ministérios fará um diagnóstico sobre a situação alagoana, avaliando em quanto será a ajuda do governo Lula ao Estado. Vilela e o presidente da República se encontraram nesta semana e houve promessa de Lula de resgate financeiro de Alagoas.
Em greve desde a semana passada, os servidores não aceitavam os cortes promovidos pelo governo nos salários e invadiram a Secretaria da Fazenda cobrando a revogação do decreto.
Os servidores e o governador estiveram reunidos das 17h de ontem até 1h desta quarta-feira. Vilela apresentou a proposta de pagar 80% do aumento salarial dos professores em cinco parcelas, mais um adicional de 17%, além de revogar os três primeiros artigos do decreto que, segundo os servidores, atingiam diretamente os funcionários públicos.
Policiais civis, legistas e corpo de bombeiros tiveram a garantia de que os cortes em seus salários serão repostos pelo governo.
A proposta de Vilela não encerra automaticamente a greve dos servidores. Eles se reúnem na manhã de hoje para decidir pelo fim ou não da paralisação.
Durante a reunião, a pressão acabou fazendo o governador recuar várias vezes com os servidores. De acordo com sindicalistas que acompanharam o encontro, Vilela chegou a declarar que "não tinha propostas" e se comprometeu a ouvir os servidores, mas os dois lados acabaram construindo uma alternativa em conjunto.
Vilela declarou, na reunião, estar disposto a revogar os três primeiros artigos que suspendiam os aumentos dos servidores públicos, concedidos ano passado. Os grevistas gostaram da idéia e o clima de tensão dos dois lados foi diminuído. "Este decreto é inconstitucional. A OAB espera por esta reunião, mas a comissão de constituição e justiça da ordem analisa a entrada de uma ação civil pública contra o Estado", disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Gilberto Irineu, antes do início da reunião.
O governador e os representantes dos grevistas se reuniram em uma única sala no Palácio República dos Palmares, sede do Governo. Cada ponto foi anotado pelo governador, enquanto os servidores ditavam a pauta. Depois, os dois lados se dividiram em duas salas: Vilela discutiu com sua equipe uma proposta e os servidores faziam a mesma coisa, sempre contactando as categorias que ocuparam o prédio da Secretaria da Fazenda desde a quinta-feira passada.
Antes da reunião, era visível o clima de cansaço e recuo entre governo e servidores. "O aquartelamento está descartado", disse o comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Goulart, ao falar sobre a proposta de greve dos policiais.
Os médicos voltaram ao trabalho e os enfermeiros, com curso superior, resolveram suspender a paralisação. Policiais civis e os legistas do Instituto Médico Legal discutem hoje se continuam ou não em greve; e os professores articulam uma assembléia para decidir se retornam às salas de aula. Os demais servidores da saúde também decidirão pela manutenção ou não da greve. Os professores receberam uma parte dos aumentos retirados pelo governo.
Para o deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT) o decreto representa apenas uma parte do problema aos servidores públicos. Para ele, o governador deve mostrar em quanto está o ¿buraco¿ financeiro de Alagoas. "O governador disse que o buraco de Alagoas é maior que o de São Paulo. Isso é grave. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) precisa falar sobre isso". O Terra tentou contato com o ex-governador, mas não conseguiu localizá-lo.
Para Paulão, Vilela tem a obrigação de fazer uma auditoria no Estado e afirmou que o mentor do decreto não foi o governador, mas um grupo de secretários: o de Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes; a da Fazenda, Fernanda Vilela; o da Casa Civil, Álvaro Machado; e o procurador Geral do Estado, Mário Jorge Uchoa. "Ficaram buzinando no ouvido do governador", apontou. "O governador cortou os gastos, mas eu pergunto: e a verba com publicidade nos meios de comunicação? Por que ele continua mantendo?", questionou o petista.
Os secretários ligados a área financeira do Estado foram convocados pela Assembléia Legislativa para darem explicações sobre os números de Alagoas.
Ajuda de Lula
O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, chega hoje a Alagoas. Segundo a assessoria do governador, Vilela entregou para o ministro uma pauta de reivindicações, na verdade, uma cobrança sobre as obras hídricas paradas no Estado, como o Canal do Sertão, obra de R$ 500 milhões com a proposta de matar a sede de sertanejos atingidos pela seca.
Na quinta-feira, uma comissão de técnicos dos ministérios fará um diagnóstico sobre a situação alagoana, avaliando em quanto será a ajuda do governo Lula ao Estado. Vilela e o presidente da República se encontraram nesta semana e houve promessa de Lula de resgate financeiro de Alagoas.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/246374/visualizar/
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