Dólar recua e fecha a R$2,13
Após operar praticamente estável durante boa parte do dia, o dólar fechou a 2,134 reais, em queda de 0,14 por cento.
"O fluxo está muito bom, o cenário está calmo e os bancos estão vendidos", resumiu Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.
O baixo nível do risco-país tem favorecido o ingresso de recursos no mercado, destacou o diretor. No fim da tarde, o risco cedia 1 ponto, a 187 pontos-básicos sobre os Treasuries --perto da mínima histórica.
A captação externa anunciada pelo Tesouro Nacional também foi bem recebida no mercado, já que estimula empresas privadas a fazerem o mesmo --engrossando, consequentemente, o volume de ingressos no país. Segundo fontes do mercado, o país ofertou 500 milhões de dólares na reabertura do bônus Global 2037, denominado em dólares.
Em contrapartida, a atuação firme do Banco Central no câmbio vem segurando um recuo maior do dólar, citaram analistas.
"A rigor, o preço só não está mais depreciado em conseqüência de o BC vir mantendo a política onerosa de leilões de compra física diária e aumento de reservas acima do considerado recomendável", avaliou a corretora de câmbio NGO em relatório.
A autoridade monetária fez leilão de compra de dólares à tarde e aceitou três propostas. Desde o começo do ano, as reservas já aumentaram 3,33 bilhões de dólares, para 89,168 bilhões de dólares na segunda-feira.
O BC também fez leilão de swap cambial reverso e vendeu o equivalente a 741,8 milhões de dólares, para rolagem de um vencimento do início de fevereiro.
O gerente de câmbio da corretora Novação, José Roberto Carreira, citou ainda a cautela de investidores diante da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia sua decisão sobre o juro básico na quarta-feira. O mercado está dividido entre corte de 0,25 ponto e 0,50 ponto percentual.
"O pessoal está achando que o juro pode diminuir bastante depois de o Mantega ontem dar um sobreaviso para o Meirelles", disse Carreira.
Na segunda-feira, durante discurso na apresentação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou que o mercado espera uma queda do juro, falando diretamente para o presidente do BC, Henrique Meirelles.
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