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Segunda - 25 de Março de 2013 às 15:07

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Cuiabá está arrasada pelo caos, em todos os setores. A população desanimada e preocupada teme em se transformar no "maior vexame da história" ´por causa das obras da Copa do Mundo, andando em ritmo lento – e sob risco de não ficarem prontas para o grande evento mundial. Mas, para a Prefeitura, há motivos para comemorar. Pelo menos para o atual prefeito, Mauro Mendes. O “8 de Abril” será festejado este ano com um mega-show que reunirá 40 artistas nacionais e regionais. 

 
 
Entre as atrações anunciadas estão Munhoz & Mariano e Banda Calypso. Na programação dos que brindarão o público com festa estão ainda Lucas Lucco, Cristiano Araújo, Israel & Rodolffo, Henrique & Diego, Thaeme & Thiago, Gabriel Gava, Marcos & Belutti, Kleo Dibah & Rafael, Lucas & Diogo, Sorriso Maroto, Inimigos da HP, Cuiabano Lima e Grupo Bom Gosto e Dois a Um. É bom que se diga: os artistas não cobrarão cachê para a realização do evento – o que é menos mal, embora não haja nada para se comemorar.

 
 
A abertura dos portões está programada para às 17 horas e os shows terão início a partir das 18, no Memorial João Paulo II.  A entrada custará R$ 5,00. Todo valor arrecadado será revertido em alimentos não perecíveis que serão doados a instituições que atendem famílias, crianças e idosos em vulnerabilidade social.

 
 
 “A Prefeitura de Cuiabá está organizando essa grande festa especialmente para o povo cuiabano. Mas não deixamos de fazer o nosso papel social e beneficiar a população mais carente”, afirmou o prefeito Mauro Mendes.

 
 
Nos meios políticos e na própria opinião pública, o mega evento mostra apenas  o caos gerencial a que a cidade está submetida. A péssima gestão de Francisco Galindo faz eco no novo Governo, que, passados mais de dois meses da posse – e um pouco mais de um mês de transição – ainda não disse a que veio, tanto no aspecto político como também no administrativo. 

 
 
Mendes demonstra fraqueza política tamanha que até mesmo os “Amarelinhos”  botaram banca e prometeram “virar” a cidade de cabeça para baixo caso não fossem atendidos sem suas reivindicações. Logo eles que pouco ou quase nada contribuem para melhorar o caos urbano diário das vias públicas, com vias extremamente congestionadas, com motoristas fechando cruzamentos e zonas de alto impacto totalmente descobertas de atenção – como na Rua Estevão de Mendonça e também na Avenida dos Lavapés, além dos pontos críticos em função das obras da Copa. 

 
 
O atual prefeito perdeu feio a ‘queda de braço’ que travou com a Câmara Municipal. Se perdeu na manobra que revelava o apoio recebido na eleição da gestão de Chico Galindo, quando tentou “emplacar” apoio ao então presidente do Legislativo, vereador Júlio Pinheiro (PTB). Deu no que deu: Perdeu a disputa e viu José Riva (PSD) levar a Mesa Diretora, através da eleição do novato  João Emanoel; de quebra, ainda comprou briga com o seu partido, o PSB – que reivindicava apoio a eleição de Onofre Jr.
 

 
Não bastasse isso, ainda no campo político, Mendes viu o IPTU ficar congelado, já que  o reajuste de 25% que ele havia “acertado” junto com Galindo caiu em meio a falhas no processo legislativo, levantadas pelo Mesa Diretora de oposição. O prefeito ainda foi “peitado” na concepção do reajuste salarial dos vereadores – que bancaram o aumento concedido pela gestão passada. Os vereadores também asseguraram uma vantagem polpuda na chamada “Verba de Gabinete”. Contrariando seu discurso eleitoral, Mendes aceitou o jogo e pode pagar muito caro na opinião pública. 

 
 
Até porque se o prefeito  tornou-se refém dos legisladores famintos por mais dinheiro no bolso, por outro lado, não vem correspondendo com ações efetivas na área administrativa. Cuiabá tem, certamente, de duas a três vias no máximo sem buracos: o resto – inclusive aquelas de maior fluxo – estão ao abandono. Os ‘remendos’ dos tapas buracos seguem, por outro lado, a velha cartilha das “empreiteirinhas”, qual seja, serviço de péssima qualidade e mais dinheiro no bolso dos seus proprietários – a grande maioria com estreitas ligações políticas.

 
 
Mas, como tudo, sempre existe um culpado. Do plantão do momento são as chuvas incessantes. Tese que cai por terra absolutamente ao passar pela Rua Comandante Costa, região central da cidade. Lá, 
há semanas que a CAB Ambiental, em desafeto com o prefeito, arrebentou o asfalto, fez o reparo que tinha que fazer, jogou a terra por cima e deixou por conta do acaso. Galhos de árvores foram colocados em volta para tentar evitar que os veículos tivesse maiores problemas: uma vergonha, que revela o descaso gerencial com a cidade.

 
 
Do jeito que a situação está não se fez muito necessário entrar pelo atendimento no setor de saúde: o caos reina há anos. Seria injusto, é verdade, cobrar do atual gestão providências imediatas nesse setor. O show com 40 artistas não é nada diante do quadro de miserabilidade da saúde pública. Embora o plano para amenizar a situação ainda não tenha sido apresentado ao contribuinte. Mendes está em dívida: falar de construir um novo Pronto Socorro, na altura da situação, é quase uma outra “cortina de fumaça”. O prefeito bem poderia começar a cuidar da saúde dando uma solução para as L200, usadas para combate a dengue,  que estão paradas no Centro de Controle de Zoonoses.

 
 
Outra sensação de bem estar que o prefeito Mendes poderia dar ao povo cuiabano – ao invés de um mega-show – seria um amplo trabalho de limpeza urbana da cidade. Tanto nos bairros – onde se acumulam zonas de lixão e matagais em áreas baldias – como na área central, onde não existe sequer lixeiras para a população colocar o papel da balinha. 

 
 
Mas, o importante é a festa. O grande show, conforme divulgação, é uma realização da Prefeitura de Cuiabá em parceria com a Mega FM e apoio do Governo de Mato Grosso. Por lá, no “Memorial do Papa” são  esperados um público de pelo menos 50 mil pessoas felizes com a cidade no momento.





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