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Internacional
Segunda - 22 de Janeiro de 2007 às 21:58

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O papa João Paulo 2o pensou seriamente em renunciar ao cargo em 2000 por causa de suas condições de saúde, e também avaliou a possibilidade de mudar as leis da igreja para determinar que os papas se aposentassem compulsoriamente aos 80 anos, em vez de ocupar o posto de forma vitalícia, contou seu secretário, o cardeal Stanislaw Dziwisz, num livro.

Em "Uma vida com Karol", que será lançado na Itália na quarta-feira pela editora Rizzoli, Dziwisz também afirma estar convencido de que a União Soviética estava por trás da tentativa de assassinato sofrida em 1981 contra o pontífice polonês.

Dziwisz conta que, em 2000, já com a saúde debilitada, João Paulo 2o convocou uma reunião com seus assessores mais próximos, entre eles o cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento 16.

"Ele chegou à conclusão de que tinha que se submeter à vontade de Deus, isto é, permanecer (no cargo) enquanto Deus quisesse", escreveu Dziwisz. O ex-cardeal Karol Wojtyla "perguntou-se ... se até o papa não deveria se aposentar aos 80 anos", como acontece com os cardeais, que já não podem votar num conclave para eleger um novo papa depois dos 80 anos.

O secretário também revelou que, conforme sua saúde piorava, João Paulo 2o criou "um procedimento específico para entregar sua renúncia no caso de não conseguir exercer o ministério de papa até o fim".

O relato de Dziwisz, que era como um filho para o papa, é a afirmação mais clara até agora de que João Paulo 2o realmente pensou em renunciar ao papado devido ao mal de Parkinson e outros problemas de saúde, que afetaram sua capacidade de andar e de falar.

O último papa a renunciar voluntariamente foi Celestino 5o, que deixou o posto em 1294. Gregório 12 abdicou com relutância em 1415, mas havia mais de um papa ao mesmo tempo nessa ocasião.





Fonte: EFE

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