Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 22 de Janeiro de 2007 às 09:51

    Imprimir


Na abertura dos debates do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), no ano passado, grandes economistas ali reunidos reconheciam que haviam errado em suas previsões globais para 2005. Nem o dólar caiu em relação às principais moedas nem os juros subiram no mundo todo.

"Descobrimos que um mundo desequilibrado pode ser mais estável do que pensávamos, e é possível que haja altos preços do petróleo sem impacto no crescimento e na inflação", disse Laura Tyson, reitora da London Business School, ao reiterar que seus colegas e ela teriam de chegar ao fórum "com humildade porque muito do que previmos não ocorreu".

Dessa vez, Tyson, Jacob Frenkel, do American International Group (AIG), e outros economistas que participarão novamente do debate sobre a economia global não terão de chegar tão humildes.

À exceção do sempre pessimista Stephen Roach, economista-chefe do Morgan Stanley, eles esperavam para 2006 um ano mais positivo, apesar dos riscos da alta do petróleo.

Não ocorreu, porém, uma brusca mudança nos hábitos dos consumidores americanos em razão do estouro abrupto na bolha imobiliária dos EUA.

A inflação, entretanto, ressurgiu em 2006. Diversos bancos centrais acusaram desconforto com índices de preços, e o tema voltou às discussões nos mercados financeiros. O ano passado foi também marcado pela continuidade do desaquecimento da economia dos EUA.

Mas economistas em Davos acertaram ao prever ruído na troca de comando no Federal Reserve (o BC dos EUA). Os mercados, de início, testaram Ben Bernanke, o sucessor de Alan Greenspan. Houve incerteza em relação à política monetária que seria formulada e estranhamento com o estilo de comunicação de Bernanke.

Para 2007, a expectativa de muitas instituições financeiras é que outras regiões do mundo continuarão a crescer e que a retomada da economia nos Estados Unidos ocorrerá no segundo semestre deste ano.

As commodities, tão importantes para as exportações brasileiras, poderão ser pressionadas pelo enfraquecimento da demanda global, pelo menos no primeiro semestre.

Riscos apontados para este ano: que as demais economias não compensem o desaquecimento americano e, pior, que os EUA entrem em recessão. Outra fonte de preocupação constante são os conflitos geopolíticos, que podem elevar os preços de energia. A inflação também pode se mostrar mais persistente do que se espera.

Resta esperar o que dirá a nata da economia, das finanças e dos negócios que estará reunida a partir de quarta na Suíça.

Do Brasil, falou-se muito pouco em 2006. Quando muito o que se dizia era que "sem notícias, boas notícias", numa alusão a graves turbulências econômicas do passado. Mas ficou claro que, com a baixa taxa de crescimento do país, as atenções voltaram-se todas para China e Índia. Neste ano, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) participa de um almoço cujo tema é "Fazendo o Brasil crescer melhor".

A organização do Fórum anuncia a presença recorde desde o seu lançamento, em 1971. Serão 2.400 participantes, de 90 países. O presidente Luís Inácio Lula da Silva deve chegar a Davos na quinta-feira. Além de Furlan, os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmaram presença.





Fonte: Folha de S. Paulo

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/246817/visualizar/