Governadores se reunem com Lula amanhã (23/01)
O governo federal tentava marcar esse encontro desde o final do ano passado, mas já está preparado para ouvir críticas dos convidados.
"Não existe nenhuma reunião de governadores com o presidente em que não haja demandas, que demonstre tensões, que tenha até uma manifestação mais aguda a respeito de algum tema nacional", disse o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
Dos seis governadores do PSDB, apenas Aécio Neves (MG) não confirmou ainda presença.
Serra confirmou apenas ontem que viajará a Brasília para o encontro com Lula. Tarso disse que a demora foi somente em razão da tragédia do metrô em São Paulo.
A visita dos tucanos a Lula acontece na semana seguinte ao apoio do PSDB ao candidato do PT na disputa pela presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia. Logo depois, o partido recuou.
O governo já recebeu a confirmação de mais de 20 governadores para a reunião, que acontece pouco antes do anúncio do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), a principal aposta de Lula para o seu segundo mandato.
“INTERFERÊNCIA”
Em uma demonstração de que o Palácio do Planalto já teme problemas até mesmo em um segundo turno das eleições na Câmara dos Deputados, por causa do acirramento dos ânimos entre os aliados dos concorrentes, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que se o governo sentir que há riscos, vai alertar os parlamentares, para tentar um consenso.
"Se nós concluirmos que é um risco, nós vamos comunicar isso para todos os partidos da base para ver se eles querem tomar ou não uma posição", comentou Tarso, ressalvando, no entanto, que o Planalto não vai interferir. "Mas não é o governo que vai determinar", disse ele, acrescentando que o governo tem dois bons nomes disputando - Aldo Rebelo (PC do B) e Arlindo Chinaglia (PT) - e que o terceiro nome, do tucano Gustavo Fruet, tem legitimidade, não representa nenhuma dificuldade na relação do Legislativo com o Executivo nem nenhuma instabilidade.
"A grande preocupação que o governo tinha era surgir uma candidatura que depois tivesse dificuldades para governar a Câmara e impusesse dificuldades na relação do Executivo com o Legislativo", ponderou o ministro. "Não tem nenhuma candidatura assim. As candidaturas são posicionadas, são pessoas que têm respaldo, que têm legitimidade para serem eleitas e para governar a Câmara", declarou.
Tarso insistiu que "não há nenhuma barganha" sendo feita pelo Planalto para assegurar a eleição do candidato petista. "O governo não está barganhando", assegurou ele, avisando que ninguém foi autorizado a falar em nome do governo com propostas deste nível (cargos em troca de apoio).
AMEAÇA
Questionado sobre a possibilidade de o tucano Gustavo Fruet ir para o segundo turno, Tarso Genro desconversou dizendo que não podia "versar sobre isso" porque não tinha informações. "A impressão que recolho dos telefonemas, das informações que recebo, de todos os partidos, é que se ocorrer 2º turno, a base aliada vai estar junta. Todos os partidos estarão juntos para votar naquele candidato que passar para o 2º turno".
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