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Cidades/Geral
Segunda - 22 de Janeiro de 2007 às 08:36

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O secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, anunciou a implantação da chamada “Lei Seca”, com o fechamento, no início da madrugada, dos bares dos bairros periféricos da Grande Cuiabá. Com essa medida, a Polícia pretende diminuir o número de assassinatos que chegou a 335 no ano passado em Cuiabá e Várzea Grande. O secretário segue o exemplo de cidades que já foram violentas como Diadema e Guarulhos, em São Paulo, e Campo Grande (MS) cujos índices de assassinatos caíram visivelmente com a implantação desta lei.

Brito lembrou que será um trabalho realizado de forma voluntária, pois tanto Cuiabá como Várzea Grande não possuem lei limitando o horário de funcionamento de bares e lanchonetes. Acrescentou que os proprietários de bares na região onde ocorrem grande número de assassinatos serão convidados a fechar as portas mais cedo. A expectativa é reduzir pela metade o número de execuções. O projeto é apontado como umas das prioridades do secretário.

“Não podemos entender que a morte é aceitável. Por isso, vamos fazer tudo o que for possível para evitá-la ao máximo, principalmente em relação aos crimes contra a vida”, ressaltou. De acordo com o plano, os proprietários de bares e lanchonetes serão convidados a participar do programa de adesão.

Caso a maioria não concorde com a sugestão, então a polícia passará a agir com mais rigor com a realização de blitz constantes, principalmente nas madrugadas dos fins de semana. O Corpo de Bombeiros fará uma fiscalização intensa nos equipamentos do estabelecimento comercial. “Não é admissível que, para lucrar com a venda de alguns goles a mais, o comerciante não se sensibilize”, argumenta o secretário.

A lei seca voluntária tem como base um projeto idêntico desenvolvido há dois anos pelo coronel PM Sidnei Figueiredo de Souza, na região do Coxipó. Na ocasião, o trabalho experimental durou dois meses, e envolveu 50 de um total de 70 bares distribuídos por cerca de 120 bairros existentes no Coxipó. O resultado foi uma redução de 60% dos homicídios da região atendida pelo 9º Batalhão.

O secretário ainda não determinou uma data para o plano entrar em vigor, pois acredita que o acordo terá mais chance de apresentar resultado positivo se for implantado após uma reunião entre Polícia Militar, Polícia Civil e comerciantes de bares e lanchonetes. Para Brito, a lei seca passa a ser uma ferramenta a mais, pois no entendimento do secretário, somente um trabalho de combate às causas que levam a matança desenfreada na Grande Cuiabá é que pode ter um alcance maior.

Brito destacou que combater o tráfico de drogas também é uma forma de evitar homicídios, pois diminuindo o número de viciados, por tabela se reduz também os furtos, roubos e principalmente assassinatos. As estatísticas deste início de ano comprovam essa assertiva. Das 27 mortes deste ano, metade das vítimas tinha condenação na Justiça.





Fonte: Folhabnet

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