Assembléia de SP retoma trabalhos de olho na Mesa
Para enfrentar o fogo cruzado, o governo do tucano José Serra prepara uma operação para blindar seu candidato à presidência da Assembléia, Vaz de Lima (PSDB). A eleição será em 15 de março. Hoje vice-líder do governo, Vaz de Lima ficará afastado de toda a articulação política até a eleição. Com a saída do atual líder, Edson Aparecido, que tomará posse na Câmara, ele seria o sucessor natural. Mas a estratégia é deixá-lo longe do acalorado debate com a oposição. A avaliação é que qualquer deslize poderá prejudicar sua candidatura, ainda não oficializada.
O nome do líder interino ainda não foi definido. A indicação é prerrogativa do governador. A idéia é que seja um parlamentar que não tenha pretensões de brigar para continuar no posto. Isso porque o líder do governo a partir do dia 15 de março já tem nome e sobrenome: Barros Munhoz (PSDB). Uma das parlamentares cogitadas para a liderança temporária é a deputada Rosmary Corrêa (PSDB).
O primeiro teste da base de Serra na Assembléia deve acontecer antes da disputa pela Mesa Diretora. Tudo indica que será na votação do Orçamento, emperrado desde setembro. A expectativa é que seja votado até o carnaval. Outro projeto que terá pressão para ser aprovado é o que reformula a previdência estadual.
Para garantir a eleição sem tropeços do candidato do governo, o apoio do PT, que tem a segunda maior bancada - com 20 parlamentares - é fundamental. O PSDB já ofereceu ao opositor o segundo cargo mais importante no comando do Legislativo, a primeira secretaria da Mesa. Um acordo ainda não foi fechado. O resultado na Câmara dos Deputados deve interferir nas negociações em São Paulo.
Na Assembléia, os petistas pedem ainda postos-chave em comissões permanentes e uma posição mais clara dos tucanos quanto às CPIs para apoiar Vaz de Lima. O líder do PT, Ênio Tatto, classificou como um “bom gesto” o apoio à candidatura do petista Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara - posição que deve ser revista.
Bastidores
O atual presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia (PFL), nega ter planos de reeleição. Mas sua movimentação nos bastidores sugere o oposto. Ele pediu à procuradoria da Casa parecer técnico sobre a viabilidade de reeleição, o que nunca aconteceu em São Paulo.
O prefeito Gilberto Kassab (PFL), que era vice de Serra e é muito ligado ao governador tucano, tem dito que Rodrigo Garcia não tem aval do partido para tentar a reeleição.
Kassab espera apoio de Serra para costurar sua candidatura em 2008 como representante do bloco PSDB-PFL e continuar à frente da Prefeitura de São Paulo por mais 4 anos.
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