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Internacional
Domingo - 21 de Janeiro de 2007 às 22:01

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Um total de 24 soldados americanos morreu no Iraque em diferentes incidentes, em um dos fins de semana mais sangrentos para as tropas americanas desde o início da invasão no país, em março de 2003.

No incidente mais grave, 12 militares que viajavam a bordo de um helicóptero morreram depois que o aparelho explodiu, aparentemente devido a um ataque nos arredores de Bagdá, na região nordeste da cidade, de maioria sunita.

O Exército ainda não confirmou se a explosão foi conseqüência de uma ação hostil, mas a imprensa americana, que cita testemunhas e funcionários iraquianos, afirma que o helicóptero Black Hawk foi derrubado por fogo inimigo de "insurgentes".

Em outro incidente no sábado, cinco soldados americanos morreram e outros três ficaram feridos na cidade de Karbala, 100 quilômetros ao sul de Bagdá.

Segundo um comunicado militar americano, uma "milícia ilegalmente armada" atacou os militares americanos quando estes realizavam uma reunião para reforçar a segurança na cidade santa xiita no momento em que estes viajam em massa a Karbala para celebrar a festa da Ashura.

O comunicado atribui o ataque com granadas, metralhadoras e bombas a "milicianos" de um grupo não identificado.

Embora o comunicado não diga que o ataque tenha sido cometido por xiitas, o termo "milícia" se aplica a grupos armados deste grupo, entre os quais se destaca o Exército Mehdi, fiel ao clérigo radical Moqtada al-Sadr, em contraposição ao termo "insurgente", normalmente utilizado para designar grupos armados sunitas.

O governador de Karbala, Akil al-Khazali, disse hoje, em entrevista coletiva, que "desconhecidos" mataram sábado à noite os cinco soldados americanos.

Khazali, que não quis responsabilizar ninguém pelo ataque, acrescentou que o atentado foi realizado por "elementos desconhecidos que estavam vestidos como as tropas iraquianas e americanas, e usaram veículos parecidos com os do Exército americano".

Segundo outro comunicado militar dos Estados Unidos, outros cinco soldados americanos morreram no sábado em confrontos armados na província de Al-Anbar, no oeste do Iraque.

Os mortos em Al-Anbar são quatro soldados e um marine, ambos do Quinto Regimento, devido aos "ferimentos sofridos por fogo inimigo".

Além destes, mais dois soldados morreram devido à explosão de bombas colocadas nas estradas: um deles pertencia à 105ª Brigada de Engenheiros e morreu quando circulava pelo norte do país, enquanto o segundo morreu em algum lugar do norte da capital, segundo os poucos dados oferecidos nos comunicados militares dos EUA.

E enquanto os soldados americanos continuam morrendo por fogo sunita e xiita, foi anunciada hoje a chegada a Bagdá das primeiras unidades de reforço anunciadas no último dia 10 pelo presidente americano, George W. Bush, destinadas a colaborar com as tropas iraquianas no novo plano de segurança na capital.

Às vésperas do plano que deve começar em 1º de fevereiro, houve hoje o anúncio que o "Bloco Sadr", grupo xiita fiel ao clérigo Moqtada al-Sadr, está voltando ao Governo e ao Parlamento iraquianos.

O "Bloco Sadr" conta com três ministros no Governo e 30 deputados no Parlamento, que tem um total de 275 congressistas, e é um dos principais apoios do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki.

A volta do bloco ao Governo aconteceu no momento em que Maliki está cada vez mais pressionado para dar um fim às milícias xiitas, especialmente o Exército Mehdi, e há poucos dias ordenou a detenção de 400 dos seus militantes.

As detenções podem ser um indício de uma campanha maior para acabar com a atual autonomia do grupo, que impõe sua lei em algumas das cidades do sul iraquiano.

O presidente do Parlamento iraquiano, Mahmoud al-Mashhadani, anunciou em entrevista coletiva que o retorno dos "sadaristas" aconteceu depois da aceitação de "seus legítimos pedidos (...) de não renovar a permanência das tropas estrangeiras no Iraque sem aprovação do Parlamento".

No entanto, os observadores em Bagdá consideram que Moqtada al-Sadr ordenou que seus homens voltassem às instituições para poder ter uma ferramenta de influência no momento em que os soldados americanos finalmente se voltarem contra eles.





Fonte: EFE

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