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Internacional
Domingo - 21 de Janeiro de 2007 às 12:56

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Pelo menos 18 soldados americanos morreram neste sábado no Iraque em três incidentes diferentes, no momento em que as tropas de reforço começam a chegar em Bagdá e o Bloco Sadr, partido que agrupa os deputados seguidores do clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr, retomam suas posições no Governo.

No incidente mais grave, 12 militares que viajavam a bordo de um helicóptero morreram depois que o aparelho explodiu, aparentemente devido a um ataque, nos arredores de Bagdá, na região nordeste da cidade, de maioria sunita.

De acordo com as primeiras informações, 13 pessoas teriam morrido no incidente com o helicóptero.

O Exército ainda não confirmou se a explosão foi conseqüência de uma ação hostil, embora a imprensa americana, que cita testemunhas e funcionários iraquianos, afirme que o helicóptero Black Hawk foi derrubado por fogo inimigo por parte de "insurgentes".

Na cidade xiita de Karbala, 100 quilômetros ao sul de Bagdá, outro incidente terminou com cinco soldados americanos mortos e outros três feridos.

Segundo comunicado militar americano, uma "milícia ilegalmente armada" atacou os militares americanos quando estes realizavam uma reunião para reforçar a segurança na cidade santa xiita no momento em que estes viajam em massa a Karbala para celebrar uma de suas festas mais importantes", a Ashura.

O comunicado atribui o ataque com granadas, metralhadoras e bombas a "milicianos" de um grupo não identificado.

Embora o comunicado não diga que o ataque tenha sido cometido por xiitas, o termo "milícia" se aplica a grupos armados deste grupo, entre os quais se destaca o Exército Mehdi, fiel ao clérigo radical Moqtada al-Sadr, em contraposição ao termo "insurgente", habitualmente utilizado para designar grupos armados sunitas.

As "milícias" xiitas vinham mantendo até então uma atitude defensiva perante as tropas americanas, mas o ataque deste sábado parece indicar uma mudança em sua estratégia.

Um militar que fazia parte da Brigada de Engenheiros morreu neste sábado, depois que o veículo em que viajava por um lugar não informado do norte do Iraque passou por uma bomba oculta na estrada.

E enquanto os soldados americanos continuam morrendo por fogo sunita e xiita, foi anunciada hoje a chegada a Bagdá das primeiras unidades de reforço anunciadas no último dia 10 pelo presidente George W. Bush, destinadas a colaborar com as tropas iraquianas no novo plano de segurança na capital iraquiana.

Às vésperas do plano que deve começar no dia 1º de fevereiro, o Bloco Sadr anunciou hoje sua volta ao Governo e ao Parlamento iraquianos.

O Bloco Sadr conta com três ministros no Governo e 30 deputados no Parlamento, que tem um total de 275 congressistas, e é um dos principais apoios do primeiro-ministro, Nouri al-Maliki.

A volta do bloco ao Governo aconteceu em um momento em que Maliki está cada vez mais pressionado a dar um fim às milícias xiitas, especialmente o Exército Mehdi, e há poucos dias ordenou a detenção de 400 dos seus militantes.

As detenções podem ser um indício de uma campanha de maior envergadura para acabar com a atual autonomia do grupo, que impõe sua lei em algumas das cidades do sul iraquiano.

O presidente do Parlamento iraquiano, Mahmoud al Mashhadani, anunciou em entrevista coletiva que o retorno dos "sadaristas" aconteceu depois da aceitação de "seus legítimos pedidos (...) de não renovar a permanência das tropas estrangeiras no Iraque sem aprovação do Parlamento".

No entanto, os observadores em Bagdá consideram que Moqtada al-Sadr ordenou que seus homens voltassem às instituições para poder ter uma ferramenta de influência no momento em que os soldados americanos finalmente se voltarem contra eles.





Fonte: EFE

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