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Pais que escolhem embriões gera polêmica
A escolha de embriões para que um bebê tenha as mesmas deficiências genéticas dos pais deixaram as clínicas reprodutivas dos Estados Unidos que recorrem a essa prática no centro de uma polêmica.
Vários centros médicos em todo o país ofereciam até agora a possibilidade de os pais escolherem o bebê perfeito através da fecundação in vitro, mas, neste caso, trata-se do inverso: que o recém-nascido sofra das mesmas deficiências físicas dos seus progenitores.
Um recente estudo da Universidade John Hopkins de Baltimore (Maryland) revelou um polêmico uso da manipulação genética dos embriões com esse objetivo específico, a pedido dos pais que sofrem de algum tipo de deficiência.
"Alguns futuros pais realizaram este processo para selecionar um embrião com uma doença ou incapacidade determinada, como a surdez, para que o bebê possa compartilhar desta característica com os pais", afirma o relatório.
Da 186 clínicas que participaram da pesquisa, e que praticaram um total de três mil diagnósticos pré-natais prévios à fecundação em 2005, quatro reconheceram ter implantado embriões com algum tipo de deficiência.
A prática começou a ser chamada de "deficiência de design", depois que, em 2002, um casal de mulheres homossexuais com surdez de nascimento surpreendeu a sociedade americana ao usar o esperma de um amigo, também surdo, para que seu bebê herdasse a incapacidade de ouvir.
O procedimento de diagnóstico, que custa cerca de US$ 15 mil, faz parte de uma técnica denominada "diagnóstico genético pré-implantacional" (PGD, em inglês) e é realizado depois que o esperma e o óvulo são combinados em laboratório.
Antes de ser implantado no organismo da mãe, o embrião é examinado pelos especialistas médicos para identificar se possui algum defeito genético.
Até há pouco tempo, os que apresentavam deficiências eram descartados, enquanto atualmente os embriões que apresentam os genes causadores do nanismo ou da surdez podem ser implantados a pedido dos pais.
Tanto a escolha de embriões na busca do "bebê perfeito", ou para determinar o sexo do recém-nascido, como a que procura algum tipo de imperfeição, reabriram o debate sobre as questões éticas desta prática.
Alguns pais com deficiências defendem sua liberdade e afirmam que apenas tentam ter filhos que sejam como eles mesmos.
Entre os que defendem a prática está o médico Jaime Grifo, da Universidade de Nova York, um dos principais especialistas em medicina reprodutiva do país.
Grifo afirma que os progenitores devem ser livres para decidir se querem ou não se submeter ao procedimento.
"Os pais têm muito a dizer neste assunto, e deveriam ter a liberdade de tomar suas próprias decisões sobre como querem desenvolver sua vida reprodutiva, em vez de deixá-las nas mãos de um legislador", disse Grifo à imprensa.
Do outro lado, alguns médicos condenam a prática, enquanto outros se mostram céticos. Na internet, os "blogs" discutem o tema e alguns meios de comunicação entraram no debate.
A revista eletrônica "Slate" não hesita em qualificar a prática como "uma deliberada mutilação das crianças".
Também há muitos que acham que tudo depende do que cada um considera "normal", já que, muitas vezes, nem a sociedade, nem muitas das pessoas que sofrem de deficiências se consideram deficientes.
Vários centros médicos em todo o país ofereciam até agora a possibilidade de os pais escolherem o bebê perfeito através da fecundação in vitro, mas, neste caso, trata-se do inverso: que o recém-nascido sofra das mesmas deficiências físicas dos seus progenitores.
Um recente estudo da Universidade John Hopkins de Baltimore (Maryland) revelou um polêmico uso da manipulação genética dos embriões com esse objetivo específico, a pedido dos pais que sofrem de algum tipo de deficiência.
"Alguns futuros pais realizaram este processo para selecionar um embrião com uma doença ou incapacidade determinada, como a surdez, para que o bebê possa compartilhar desta característica com os pais", afirma o relatório.
Da 186 clínicas que participaram da pesquisa, e que praticaram um total de três mil diagnósticos pré-natais prévios à fecundação em 2005, quatro reconheceram ter implantado embriões com algum tipo de deficiência.
A prática começou a ser chamada de "deficiência de design", depois que, em 2002, um casal de mulheres homossexuais com surdez de nascimento surpreendeu a sociedade americana ao usar o esperma de um amigo, também surdo, para que seu bebê herdasse a incapacidade de ouvir.
O procedimento de diagnóstico, que custa cerca de US$ 15 mil, faz parte de uma técnica denominada "diagnóstico genético pré-implantacional" (PGD, em inglês) e é realizado depois que o esperma e o óvulo são combinados em laboratório.
Antes de ser implantado no organismo da mãe, o embrião é examinado pelos especialistas médicos para identificar se possui algum defeito genético.
Até há pouco tempo, os que apresentavam deficiências eram descartados, enquanto atualmente os embriões que apresentam os genes causadores do nanismo ou da surdez podem ser implantados a pedido dos pais.
Tanto a escolha de embriões na busca do "bebê perfeito", ou para determinar o sexo do recém-nascido, como a que procura algum tipo de imperfeição, reabriram o debate sobre as questões éticas desta prática.
Alguns pais com deficiências defendem sua liberdade e afirmam que apenas tentam ter filhos que sejam como eles mesmos.
Entre os que defendem a prática está o médico Jaime Grifo, da Universidade de Nova York, um dos principais especialistas em medicina reprodutiva do país.
Grifo afirma que os progenitores devem ser livres para decidir se querem ou não se submeter ao procedimento.
"Os pais têm muito a dizer neste assunto, e deveriam ter a liberdade de tomar suas próprias decisões sobre como querem desenvolver sua vida reprodutiva, em vez de deixá-las nas mãos de um legislador", disse Grifo à imprensa.
Do outro lado, alguns médicos condenam a prática, enquanto outros se mostram céticos. Na internet, os "blogs" discutem o tema e alguns meios de comunicação entraram no debate.
A revista eletrônica "Slate" não hesita em qualificar a prática como "uma deliberada mutilação das crianças".
Também há muitos que acham que tudo depende do que cada um considera "normal", já que, muitas vezes, nem a sociedade, nem muitas das pessoas que sofrem de deficiências se consideram deficientes.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/247010/visualizar/
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