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Nacional
Quinta - 18 de Janeiro de 2007 às 12:23

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O Mercosul fechará acordo "ambicioso" de livre comércio com o Conselho de Cooperação do Golfo (que reúne países árabes) até junho deste ano, envolvendo mais de 90% de bens agrícolas e manufaturados, além das áreas de serviços e investimentos, disse ontem o embaixador Régis Arslanian, principal negociador do Itamaraty.

"É um acordo ambicioso porque é muito abrangente", disse o embaixador, que se reuniu com representantes do bloco econômico árabe no Rio.

Na reunião, os dois blocos avançaram nas ofertas de bens, chegando a trocar listas de produtos nas quais haverá isenção de tarifas. Também foi fechado o arcabouço de normas que irá regular as ofertas nos setores de serviços e investimentos.

Arslanian afirmou que a negociação está "praticamente fechada". A expectativa é que a assinatura final será em junho, durante a reunião ministerial do Conselho de Cooperação do Golfo, na Arábia Saudita.

Um dos pontos mais importantes, diz, foi a oferta do bloco do golfo para o setor automotivo, que tem "grande interesse" em exportar para a região, mas sofre com as altas tarifas de importação. Segundo ele, tanto Brasil como Argentina podem se beneficiar da abertura comercial no setor.

Se concretizado, esse será o primeiro acordo comercial amplo do Mercosul, que vive impasse na negociação com a União Européia. Arslanian afirmou que vê muito menos pontos sensíveis no acordo com os árabes do que no que negocia com os europeus, o que possibilitará trocas mais abrangentes.

"Da nossa parte, deve abranger mais de 90% do comércio."

Apesar dos avanços, o embaixador acredita que as ofertas dos dois lados ainda podem ser melhoradas. Outro ponto que ainda não foi discutido, diz, é a questão das salvaguardas comerciais. Também não tiveram início as negociações para a elaboração de mecanismos de solução de controvérsias.

O embaixador disse que o bloco árabe é o segundo maior importador de produtos agrícolas do mundo. No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,4 bilhão aos países que integram o bloco.





Fonte: Folha de S. Paulo

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