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Quinta - 18 de Janeiro de 2007 às 06:53

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A Sanecap mantém 81 poços artesianos para fornecer água em bairros onde não há rede de abastecimento, como Dr. Fábio, Jardim Umuarama, Altos da Glória, 1º de Março, Três Barras. Eles utilizam dessa água para todas as atividades, menos para beber. Cerca de 30 mil pessoas dependem dessa água. A água boa para o consumo não deve ter gosto, cheiro ou cor. "Pesada, suja, grossa, ruim", são os adjetivos mais usados pelos moradores daquela região da cidade.

Quem não tem condição financeira para comprar água mineral como o borracheiro Ivan Messias, 39, do Jardim Umuarama, busca o produto em uma ligação clandestina na entrada do Bairro Três Barras, onde dezenas de pessoas fazem fila para conseguir água captada no rio Coxipó e tratada pela Sanecap. "A água é puro sal". As condições de higiene do lugar são péssimas e dos canos que conduzem a água, pior ainda.

Para a comerciante Célia Maria Araújo, 52, a água de má qualidade, segundo ela, sai caro. Ela compra cerca de quatro galões de água mineral, por semana, para a família. "A água vem tão suja que faz vergonha. Tem que desperdiçar a água que corre por pelo menos uma hora para depois encher as caixas", afirma. Célia reclama que nem para o banho ela é boa. "Quando a gente acaba de tomar banho fica com o corpo todo vermelho e coçando", diz. "Queria muito poder abrir a torneira e beber a água sem medo, mas não posso. Esse problema já tem dez anos e ninguém resolve", cobra.

Sem sal - O diretor técnico em exercício da Sanecap, o engenheiro químico Noé Ferraz de Souza, afirma que "a água dos poços está dentro do padrão de potabilidade". Quanto à reclamação do gosto salobro, ele disse apenas que "o sal é permitido". Ao ser questionado se a empresa não tem interesse em tornar a água aceita pela população que depende dela, o engenheiro afirmou que a duplicação da capacidade da Estação de Tratamento de Água (ETA), do Tijucal, obra em andamento, vai "solucionar todos os problemas". "Quando a estação ficar pronta vamos desativar todos os poços", garante o técnico.

Ao comentar da escassez à falta de água em comunidades como o Águas Nascentes, Ferraz disse que a inadimplência de 30% nas tarifas de água e o furto (gatos) - que são muitos, mas a empresa não sabe quantos - comprometem o abastecimento. "Quem não paga gasta mais porque não tem preocupação com a conta. Essas ligações clandestinas são pontos de poluição de coliformes", alerta. "Ligação clandestina é prejuízo para todo mundo", completa. (JC)




Fonte: A Gazeta

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