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Economia
Quarta - 17 de Janeiro de 2007 às 07:49

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O principal problema da pecuária, na avaliação do presidente da Acrimat, Jorge Pires, está na falta de rentabilidade e nos baixos preços da arroba. “O setor está trabalhando no prejuízo e, com isso, os pecuaristas estão sendo obrigados a descartar matrizes”, alerta.

Atualmente, boa parte do rebanho é abatida por volta dos 3,5 a quatro anos, com a média de 17 arrobas. Entre as matrizes, a cada 100 vacas obtêm-se em média 70 bezerros desmamados, enquanto no passado 100 vacas geravam 50 bezerros.

Jorge Pires diz que os pecuaristas adotaram a alternativa de aumentar o volume de abate de fêmeas, como forma de gerar renda, o que poderá comprometer a oferta de bezerros em um futuro próximo.

FALÊNCIA -- Para o diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais (APR), Paulo Resende, o baixo preço da arroba do boi, aliado ao alto custo da produção e à forte incidência da cigarrinha nas pastagens, poderá levar a pecuária mato-grossense à falência precoce.

Segundo ele, a pecuária mato-grossense vive um dos seus piores momentos das últimas décadas.

“Vimos de três anos consecutivos com perda de renda. Os pecuaristas estão descapitalizados. Enquanto os preços registram as maiores baixas, o setor convive com alta dos insumos e a falta de frigoríficos para abater a produção”, sublinha.

Na avaliação de Resende, os prejuízos que os pecuaristas tiveram com a depreciação dos preços são incalculáveis. “O nosso custo de produção aumentou drasticamente e o produto perdeu valor absoluto”, disse ele.

Uma das saídas para a melhoria da rentabilidade do pecuarista, na opinião do executivo da APR, é o credenciamento dos municípios que ainda não estão habilitados a exportar carne para a União Européia (UE). Esses municípios respondem pela metade do plantel estadual.

Levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) aponta que o potencial bovino nas regiões não habitadas é de aproximadamente 13 milhões de animais.

MEDIDAS EMERGENCIAIS -- Paulo Resende defende medidas emergenciais para socorrer o setor, como o financiamento para retenção de matrizes, recuperação de pastagens e crédito para o combate à cigarrinha.

Ele entende que uma das alternativas para os pecuaristas no momento é frear a expansão do rebanho. Segundo ele, o produtor deve buscar reduzir custos em sua propriedade, uma vez que o cenário não favorece novos investimentos e não sinaliza melhora para a pecuária.(MM)




Fonte: Diário de Cuiabá

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