Curso de Educação Alimentar no bairro 1º de março supera expectativas
O curso oferecido pelo Projeto Escola da Família em parceria com o Sesi Cozinha Brasil, teve duração de 10 horas e foi realizado em duas turmas por quatro dias. “É muito bom, valeu a pena, mas deveria durar um pouco mais de tempo, já pedimos para voltar”, afirmou Vera Lúcia, professora da rede estadual de ensino e moradora do bairro. Os alunos são orientados a fazer receitas alternativas, econômicas e mais nutritivas.
No encerramento e entrega de certificados, na sexta-feira (12.01), tanto os mais jovens como os mais experientes aprovaram o conteúdo e disseram ter aprendido coisas interessantes. Uma das novidades foi quanto ao uso do maracujá, a nutricionista instrutora Franciele Rossani explicou que a semente da fruta não deve ser batida juntamente com a polpa, porque libera substâncias prejudiciais ao fígado. “Ela mostrou como fazer o suco do maracujá com a couve: “ você coloca tudo no liquidificador e aciona a tecla pulsar por duas vezes e automaticamente a semente será separada inteira da polpa e é só retirar, eu nunca soube disso”, comentou Vera Lúcia.
As receitas criativas e diferentes não param por aí e agradaram a todos os gostos. Tais como brigadeiro de mandioca, omelete assado com legumes, bolo de abobrinha, frango com talo de verduras, geléia de beterraba, farofa e bolo da casca de banana, suco da casca de mamão, doce da casca do maracujá, entre outros. Cada aluno recebeu um kit contendo um livro de receitas, avental, touca e outros.
O curso atraiu pessoas mais experientes como dona Antônia de 57 anos e também iniciantes, no caso de Yasmim Ferreira, 12 anos, as duas estavam satisfeitas com o resultado. Yasmim conta que foi convidada junto com a mãe, mas só a adolescente quis fazer. “Cheguei, vi a nutricionista tão sorridente e quis ficar, também porque iria aprender a reaproveitar as coisas, não sabia mesmo que poderia aproveitar cascas das frutas, foi muito interessante”, destacou a menina.
Ela gostou da geléia de beterraba e achou o curso muito organizado. “Aprendi também a utilizar as medidas nas receitas, eu não sabia como medir ¼ de xícara, ela ensinou muito bem isso”, completou.
Já dona Antônia ficou mais interessada no reaproveitamento dos talos e folhas para fazer molho com a carne e o frango. “Aprendi muita coisa nova e vou usar muito do que vi em casa”, disse a aposentada.
Um dos rapazes que participaram do curso, Pablo Guilherme, de 13 anos, mostrou dedicação e aproveitou cada informação recebida. Ele gostou muito do suco da casca do mamão. “É muito gostoso e ainda aproveitamos a casca, a professora (nutricionista) nos lembrou que nós pagamos por tudo pela polpa da fruta e pela casca que às vezes até pesa mais, por isso quando aproveitamos tudo estamos economizando”, afirmou o jovem que quer fazer o curso superior de gastronomia.
A nutricionista Franciele Rossani explicou que muitas vezes as pessoas não se alimentam direito porque não tem informações. Segundo a instrutora o conteúdo do curso é aplicado de forma a levar informações que melhorem a alimentação. “Nós falamos sobre receitas que permitam usufruir de frutas que muitas vezes eles têm no quintal de casa, como a manga, acerola, estimulamos a fazer uma hortinha, aproveitar os talos”, disse Franciele Rossani.
Mas no curso, os participantes também recebem informações sobre como trabalhar com produtos mais caros e que normalmente não fazem parte da dispensa destas comunidades. “Muitas alunas são domésticas e trabalham em casas onde podem contar com maior variedade de produtos, o curso acaba despertando a criatividade delas”, destacou.
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