Organizar uma coleção ajuda a fazer amigos e alivia o estresse
A arquiteta e decoradora paulistana Brunete Fraccaroli, de 48 anos, é conhecida não só por seus projetos ou por ter participado do programa "Mulheres Ricas", mas por sua coleção de 400 bonecas Barbie. Há exemplares da boneca inspirados nos ícones do cinema, como Marilyn Monroe e Elyzabeth Taylor, ou vestidas por modelos assinados por estilistas, como Clodovil. Ainda faz parte do incrível exército de bonecas uma feita em homenagem a ela pela Mattel, fabricante do brinquedo.
O mergulho no universo das bonecas começou em 1994. Brunete e alguns de seus colegas foram capa de uma revista semanal. Por meio da reportagem, ficou sabendo que era considerada uma espécie de Barbie pelos pares. "Porque não brigava com ninguém, só enfeitava, segundo eles", conta.
Como desforra, pendurou uma boneca com roupas de ginástica no quadro de agradecimentos do seu espaço na mostra Casa Cor daquele ano. O gesto foi encarado como prova de bom humor e, daí em diante, seus amigos passaram a presenteá-la com Barbies. Assim teve início a coleção. "Quando pensam na Barbie, pensam em mim".
A paixão pelo personagem surgiu na infância. Nessa época, Nascimento se divertia com o seriado de TV dos anos 1960 sobre Bruce Wayne. E foi reacesa na metade da década de 1980, quando o quadrinista americano Frank Miller lançou "O Cavaleiro das Trevas". "Daí, comecei a comprar gibis, canetas, relógios, camisetas...", recorda.
E o hobby também é uma forma de aliviar as tensões cotidianas, porque possibilita um distanciamento delas. "Procurar itens para minha coleção foi uma válvula de escape quando estava com problemas no casamento", afirma o comerciante Leandro Couto Nascimento, hoje divorciado. Mas esse tipo de atividade pode se tornar uma fonte de distração se o indivíduo se concentrar somente nela. Moderação, portanto, é sempre bem-vinda.
"Conheço crianças que se alfabetizaram com álbuns de figurinhas de futebol", conta Barbato. Ao ver a foto e o nome do ídolo estampados ali, há uma associação da imagem à palavra, que é memorizada e mais facilmente identificada em outros textos.
Brunete Fraccaroli hoje se considera uma especialista em Barbie: "Fico sabendo dos lançamentos e já participei do júri de um concurso no qual as pessoas se vestiam como a boneca". Sem contar os dividendos financeiros quando se dispõe de uma peça rara e valiosa. Organizar uma coleção de verdade pode ser divertido e vantajoso.
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