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Nacional
Segunda - 15 de Janeiro de 2007 às 09:33

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Favorito para reconquistar a presidência da Câmara, o PT neste início de 2007 apresenta um discurso mais aberto do que nunca a alianças. O presidente nacional da sigla, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), diz algo que seria impensável em anos anteriores a respeito da sucessão presidencial daqui a quatro anos: "Temos de dialogar com os demais partidos, que também têm nomes possíveis para 2010. Portanto o PT não pode ter um comportamento presunçoso de achar que terá necessariamente candidato em 2010".

Berzoini acaba de retornar ao cargo depois de quase três meses de afastamento voluntário. Ele saiu da direção até fosse apresentada a conclusão da Polícia Federal para o caso que ficou conhecido como dossiegate _quando um grupo de petistas tentou comprar durante a última campanha eleitoral, por R$ 1,7 milhão, um material que seria usado contra tucanos.

Como não foi indiciado, Berzoini sentiu-se à vontade para reassumir o posto. Seu retorno fará o partido voltar às páginas policiais, disseram dirigentes petistas mais à esquerda. "Faz parte da disputa política", declarou Berzoini à Folha na última quinta-feira, no seu gabinete de presidente nacional petista, em Brasília -pouco antes de embarcar para um fim de semana de folga com a família, numa praia de Pernambuco.

Aos 46 anos -"faço 47 no dia que o PT completa 27 anos, em 10 de fevereiro"-, Berzoini diz não ser apenas retórica a possível oferta de vaga de candidato a presidente em 2010 para um dos dez partidos que integram com o PT a coalizão governista. Pela primeira vez desde o retorno do Brasil à democracia pós-ditadura militar (1964-1985), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não terá direito de disputar o Palácio do Planalto.

"O PT não se coloca como detentor exclusivo de lançar candidatos. É óbvio que, pela sua tradição, o PT tende a ter um candidato do PT. Mas nós não podemos colocar isso como um ponto de honra do partido. Dependendo da conjuntura política de 2010 pode ser interessante para o conjunto de forças políticas de esquerda, ou de centro com a esquerda, lançar um candidato para unificar e enfrentar o processo que, com certeza, será muito concorrido. O PT aposta no fortalecimento da coalizão".

Atarefado com a possível eleição do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara -eles se falam várias vezes ao dia pelo telefone-, Berzoini considera importante evitar "fissuras graves para a coalizão no pós-eleição", referindo-se ao PC do B e ao PSB, que apóiam a reeleição do comunista Aldo Rebelo.

Se perder, qual pode ser o destino de Rebelo? "Aldo já foi ministro e pode voltar a ser ministro. Tem toda a legitimidade para tal", responde Berzoini, engrossando a tese de acomodar o atual presidente da Câmara num cargo do alto escalão depois de 1º de fevereiro, quando ocorrem as escolhas das novas mesas diretoras do Congresso.

Indagado se a eleição de Chinaglia facilitará a vida do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP), o presidente petista diz não enxergar relação entre as duas coisas. Mas se um projeto de lei for apresentado para perdoar Dirceu, a resposta de Berzoini é direta: "Eu votaria pela anistia para ser coerente com o que eu já disse. O mandato ele não pode ter de volta. Mas os direitos eleitorais, pode. Não há razão nenhuma, na minha opinião, para manter a situação de exclusão dele da vida política do país, pois foi punido injustamente".





Fonte: UOL

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