Ex-candidata seqüestrada está bem, diz governo

O ministro da Defesa colombiano Juan Manuel Santos assegurou que a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, a política colombiana francesa seqüestrada pela guerrilha das Farc há quase cinco anos, está viva e bem, mas advertiu que o governo tem a obrigação de resgatá-la mesmo à força, sem consultar seus familiares.

Em declarações à revista El Espectador, de Bogotá, divulgadas neste domingo, Santos disse que Betancourt, seqüestrada pela guerrilha das Farc em 23 de fevereiro de 2002, "está viva e bem".

Ao mencionar a possibilidade de um resgate militar - ao que a família se opõe -, disse que o governo não tem obrigação constitucional de consultar os parentes a respeito.

"Com muita pena de minha amiga Ingrid e de sua muito respeitada mãe e do respeitado governo francês (já que a refém tem dupla nacionalidade), o tratamento de Ingrid Betancourt será igual ao de qualquer soldado ou policial que esteja em cativeiro", advertiu.

Segundo o funcionário, o dever do governo colombiano é libertar os seqüestrados e, além disso, "devemos dar o mesmo tratamento a todos, porque não pode haver seqüestrados de primeira e de segunda classe".

"E se chegarmos a um acampamento onde existem cinco seqüestrados que podem ser libertados? Não podemos fazê-lo porque a família de um não está de acordo com a operação?", perguntou o ministro.

A mãe de Betancourt, Yolanda Pulecio, disse que "é estúpido que o ministro diga que Ingrid é de primeira ou de segunda. Não, todos somos iguais, mas não pode arriscar a vida de ninguém e é isto que o governo está fazendo".

O ministro destacou que, para o governo, "a liberdade dos seqüestrados é uma prioridade" e disse que o melhor seria que isto ocorresse "através de um intercâmbio humanitário".

Santos referiu-se a uma troca humanitária de um grupo de 58 seqüestrados em poder das FARC por 500 insurgentes presos nas prisões do país.