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Moradores questionam Metrô por não desapropriar casas
Horas após o deslizamento de terra que provocou a cratera na futura estação Pinheiros da Linha Quatro do Metrô, na tarde de sexta-feira, moradores da região questionaram porque suas casas não foram desapropriadas no início das obras, em função de possíveis riscos.
"Qualquer dia, essas casas, que têm 40, 50 anos, vão cair e vou acabar ficando soterrada", desabafou a operadora de telemarketing Daniela Amâncio, que mora na rua Eugênio Medeiros e tentou buscar respostas das autoridades após o acidente.
Assim que houve o desmoronamento, ela ligou para a prefeitura e pediu uma vistoria na sua casa, que tem rachaduras nos banheiros, quartos, cozinha e área de serviço. Indignada, Daniela relatou como ocorrem as trepidações durante a madrugada: "Enquanto estou dormindo, a janela treme como se estivessem arrombando. Imagina o susto que eu levo".
Apesar disso, a assessoria do Metrô nega que a região seja de risco e explica que a maioria das desapropriações são feitas apenas para a utilização de terrenos próximos às estações e canteiros de obras.
Em menos de um mês e meio, a imobiliária que aluga a casa de Daniela enviou um pedreiro por duas vezes para tentar consertar as telhas que escorregam com os tremores. A fiação está parcialmente comprometida e muitas lâmpadas não funcionam. Quando os carros passam na rua, a televisão fica fora do ar por alguns segundos e da sala é possível sentir o movimento do chão.
O aposentado Quirino Moreira vive uma situação parecida. Sua residência, na rua Capri, fica muito próxima ao guindaste que ainda corre o risco de desabar. Ele conta que, em agosto de 2006, houve um vazamento de óleo da grua que se espalhou pelas redondezas, atingindo a garagem de sua casa.
As trepidações também causaram estragos na casa de Moreira. Houve rachaduras nas paredes, o chão cedeu e rachou de cima para baixo. O aposentado fez diversas reclamações, mas somente depois de quatro meses o Metrô atendeu ao pedido. O conserto foi tão superficial que em seguida os novos tremores trincaram a casa novamente. Ele relata que, no início da obra, era feita apenas uma explosão diária nos subterrâneos. Mas nos últimos meses, o ritmo triplicou. "Agora a sirene soa pela manhã e à tarde, sempre às 8h30, 11h30 e 17h30".
A publicitária Neuza Carvalho, moradora do Residencial da Rua Paes Leme, conta que é comum haver explosões até mesmo sem o toque da sirene. A casa dela também está trincada e a indignação não é de hoje. "Na hora do acidente, eu estava chegando em casa. Tinha ido justamente buscar argamassa para arrumar as rachaduras. Cheguei com a massa na mão e perguntei: O que está acontecendo?" Segundo ela, muitos vizinhos gostariam de se mudar do lugar, mas não têm condições financeiras para isso.
Explicações Segundo a assessoria do metrô, as desapropriações são feitas apenas nos terrenos próximos aos canteiros de obra e futuras estações. Quando há riscos muito grandes e evidentes, moradores mais distantes também são deslocados para outros lugares. Não há um estudo mais detalhado das condições das casas nem se há pessoas que não poderiam ficar próximas à obra em função do barulho ou da poeira, como idosos, por exemplo.
As famílias que não foram desapropriadas na rua Capri, de acordo com a assessoria, não corriam riscos maiores e por isso foram mantidas no local. Para o órgão, o questionamento desses moradores soa oportunista, porque logo que as desapropriações foram anunciadas pelos engenheiros, no início da obra, alguns não concordaram em sair de suas casas imediatamente. A família do aposentado Quirino Moreira, no entanto, sequer estava na lista preliminar de desapropriações. O monitoramento das rachaduras, segundo a assessoria, é feito diariamente por engenheiros e não há como evitar transtornos maiores.
Alerta no dia anterior O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, revelou na sexta-feira ao Estado que um dia antes do desmoronamento operários do poço de escavação já haviam detectado um pequeno afundamento da laje superior da estrutura que formaria o teto da estação. Neste sábado, entretanto, a assessoria do Metrô disse que não houve nenhum alerta para o desabamento. E que se houvesse uma suspeita maior, os operários teriam parado de trabalhar e evacuado a área.
"Qualquer dia, essas casas, que têm 40, 50 anos, vão cair e vou acabar ficando soterrada", desabafou a operadora de telemarketing Daniela Amâncio, que mora na rua Eugênio Medeiros e tentou buscar respostas das autoridades após o acidente.
Assim que houve o desmoronamento, ela ligou para a prefeitura e pediu uma vistoria na sua casa, que tem rachaduras nos banheiros, quartos, cozinha e área de serviço. Indignada, Daniela relatou como ocorrem as trepidações durante a madrugada: "Enquanto estou dormindo, a janela treme como se estivessem arrombando. Imagina o susto que eu levo".
Apesar disso, a assessoria do Metrô nega que a região seja de risco e explica que a maioria das desapropriações são feitas apenas para a utilização de terrenos próximos às estações e canteiros de obras.
Em menos de um mês e meio, a imobiliária que aluga a casa de Daniela enviou um pedreiro por duas vezes para tentar consertar as telhas que escorregam com os tremores. A fiação está parcialmente comprometida e muitas lâmpadas não funcionam. Quando os carros passam na rua, a televisão fica fora do ar por alguns segundos e da sala é possível sentir o movimento do chão.
O aposentado Quirino Moreira vive uma situação parecida. Sua residência, na rua Capri, fica muito próxima ao guindaste que ainda corre o risco de desabar. Ele conta que, em agosto de 2006, houve um vazamento de óleo da grua que se espalhou pelas redondezas, atingindo a garagem de sua casa.
As trepidações também causaram estragos na casa de Moreira. Houve rachaduras nas paredes, o chão cedeu e rachou de cima para baixo. O aposentado fez diversas reclamações, mas somente depois de quatro meses o Metrô atendeu ao pedido. O conserto foi tão superficial que em seguida os novos tremores trincaram a casa novamente. Ele relata que, no início da obra, era feita apenas uma explosão diária nos subterrâneos. Mas nos últimos meses, o ritmo triplicou. "Agora a sirene soa pela manhã e à tarde, sempre às 8h30, 11h30 e 17h30".
A publicitária Neuza Carvalho, moradora do Residencial da Rua Paes Leme, conta que é comum haver explosões até mesmo sem o toque da sirene. A casa dela também está trincada e a indignação não é de hoje. "Na hora do acidente, eu estava chegando em casa. Tinha ido justamente buscar argamassa para arrumar as rachaduras. Cheguei com a massa na mão e perguntei: O que está acontecendo?" Segundo ela, muitos vizinhos gostariam de se mudar do lugar, mas não têm condições financeiras para isso.
Explicações Segundo a assessoria do metrô, as desapropriações são feitas apenas nos terrenos próximos aos canteiros de obra e futuras estações. Quando há riscos muito grandes e evidentes, moradores mais distantes também são deslocados para outros lugares. Não há um estudo mais detalhado das condições das casas nem se há pessoas que não poderiam ficar próximas à obra em função do barulho ou da poeira, como idosos, por exemplo.
As famílias que não foram desapropriadas na rua Capri, de acordo com a assessoria, não corriam riscos maiores e por isso foram mantidas no local. Para o órgão, o questionamento desses moradores soa oportunista, porque logo que as desapropriações foram anunciadas pelos engenheiros, no início da obra, alguns não concordaram em sair de suas casas imediatamente. A família do aposentado Quirino Moreira, no entanto, sequer estava na lista preliminar de desapropriações. O monitoramento das rachaduras, segundo a assessoria, é feito diariamente por engenheiros e não há como evitar transtornos maiores.
Alerta no dia anterior O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, revelou na sexta-feira ao Estado que um dia antes do desmoronamento operários do poço de escavação já haviam detectado um pequeno afundamento da laje superior da estrutura que formaria o teto da estação. Neste sábado, entretanto, a assessoria do Metrô disse que não houve nenhum alerta para o desabamento. E que se houvesse uma suspeita maior, os operários teriam parado de trabalhar e evacuado a área.
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/248673/visualizar/
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