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Nacional
Sábado - 13 de Janeiro de 2007 às 13:20

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Picadeiro, corda bamba, palhaços e piruetas. A vida do circo, cheio de brilhos e luzes, parece estar distante de outra realidade, a do morador de rua. Essas duas realidades se cruzam no trabalho desenvolvido pelo Movimento Rua do Circo, uma associação cultural sem fins lucrativos, que leva cidadania a um grupo de 20 pessoas em Brasília.

Daiane Bárbara dos Santos participa do movimento. Ela saiu de casa há mais de dez anos, para viver com os meninos e meninas de rua. "Eu era pequenininha, fui adotada por uma mulher, algumas vezes dormia na rua, outras em casa. Depois conheci o pessoal, comecei a gostar de todo mundo e fiquei", conta.

A história de vida de Santos é parecida com a de milhares de crianças e adultos das grandes cidades brasileiras. Realidade dura e difícil de pessoas que, além das precárias condições materiais, sofrem com o desrespeito a seus direitos e o preconceito da sociedade.

Para se ter uma idéia da exclusão enfrentada pelos moradores de rua é só lembrar que não existe censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que indique qual é o número de pessoas nessa situação. Se o morador de rua quiser freqüentar uma escola, marcar uma consulta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou participar de algum programa de ajuda do governo, certamente irá encontrar dificuldades.

A coordenadora do Movimento Rua do Circo, Joana Hening, explica que um dos principais trabalhos com o grupo é fazer com que eles se enxerguem como cidadãos e possam cobrar seus direitos. "Morador de rua é a exclusão da exclusão. O governo federal não sabe quantos existem e nem onde eles estão. Isso mexe muito com eles, o fato de eles não serem ninguém. Eles não são cidadãos... Muitos tiram a identidade com 30 anos de idade", afirma a coordenadora.

Segundo ela, o trabalho com moradores de rua começou com a idéia de ensinar técnicas de circo como forma de aproximar as pessoas e explicar conceitos de cidadania, como direitos e deveres que cada cidadão tem. "Todos os instrutores do projeto são artistas, mas esse não é o objetivo central do projeto", explica Hening. "O sentido é trabalhar a cidadania, fazer com que eles tenham a possibilidade de construir uma vida melhor. , do que jeito que eles desejam e não impor isso, não existe uma cartilha de ser uma criança feliz."





Fonte: Agência Brasil

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