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Cooperativa de panificação junta irmãs separadas pelo tráfico13/01/2007 às 09:33
As mãos que hoje se juntam para fabricar pães são as mesmas que, durante anos, estiveram divididas pela ditadura do tráfico de drogas nas favelas da Grande Tijuca, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Rosângela Rebelo de Souza tem 49 anos e é moradora do morro da Casa Branca. Sua irmã, Rosa Maria Rebelo, de 42 anos, é moradora da comunidade vizinha do Borel, dominada por uma facção criminosa rival daquela que ocupa a Casa Branca.
Mesmo sem ter qualquer relação com o narcotráfico, Rosângela diz que acaba sofrendo as conseqüências. Por conta do domínio do crime e por medo de sofrer violência por parte dos traficantes da área, as duas irmãs sempre evitaram se visitarem em suas casas, localizadas em favelas diferentes.
"A gente não tem nada a ver com isso. Somos trabalhadoras e honestas. Mas, infelizmente, as comunidades estão assim. Então, a gente fica mais reservada, procurando não se visitar muito. A gente se encontra mais nas ruas", conta Rosangela.
No final de 2006, as duas tiveram uma boa surpresa. Elas integram, há quatro anos, uma cooperativa de produção de pães, formada por seis mulheres de três favelas da região: o chamado Grupo das Arteiras. O grupo produz alimentos e reinveste o dinheiro no próprio negócio, em um esquema de economia solidária, ou seja, um empreendimento em que elas se organizam e realizam as tarefas de forma solidária.
O resultado do esforço, de quatro anos de trabalho com culinária, foi o aluguel do primeiro espaço para que as Arteiras pudessem se reunir e fazer funcionar a cooperativa. Isso em uma área considerada "neutra", ou seja, fora das favelas e sem a interferência do narcotráfico.
"Aqui é um lugar onde vamos poder nos confraternizar e estarmos sempre juntas. Porque ela [Rosângela] até vai à minha casa, mas se eles [traficantes] souberem, pode ter problemas. Quando a gente não tinha um espaço, a gente fazia os pães lá em casa. E, no momento em que eu precisava muito da ajuda dela, eu tinha que dar uma volta grande para evitar os traficantes e deixá-la em casa", afirma a irmã Rosa.
A cooperativa de produção de pães das Arteiras dos Morros do Borel, da Casa Branca e da Chácara do Céu trouxe ainda outra mudança na vida de Rosa. Casada com um homem que tinha problemas com alcoolismo, a mãe de seis filhas sentia-se inútil, sem capacidade para produzir. Hoje, ela capacita outras mulheres na atividade de panificação e tem outros sonhos.
"Quando eu vim para o grupo, eu estava com uma forte depressão. Aí eu passei a conhecer pessoas, voltei a estudar e fiz vários cursos. Agora, eu tenho vontade de fazer uma faculdade de Nutrição e tenho fé de que vou conseguir", diz.
Mesmo sem ter qualquer relação com o narcotráfico, Rosângela diz que acaba sofrendo as conseqüências. Por conta do domínio do crime e por medo de sofrer violência por parte dos traficantes da área, as duas irmãs sempre evitaram se visitarem em suas casas, localizadas em favelas diferentes.
"A gente não tem nada a ver com isso. Somos trabalhadoras e honestas. Mas, infelizmente, as comunidades estão assim. Então, a gente fica mais reservada, procurando não se visitar muito. A gente se encontra mais nas ruas", conta Rosangela.
No final de 2006, as duas tiveram uma boa surpresa. Elas integram, há quatro anos, uma cooperativa de produção de pães, formada por seis mulheres de três favelas da região: o chamado Grupo das Arteiras. O grupo produz alimentos e reinveste o dinheiro no próprio negócio, em um esquema de economia solidária, ou seja, um empreendimento em que elas se organizam e realizam as tarefas de forma solidária.
O resultado do esforço, de quatro anos de trabalho com culinária, foi o aluguel do primeiro espaço para que as Arteiras pudessem se reunir e fazer funcionar a cooperativa. Isso em uma área considerada "neutra", ou seja, fora das favelas e sem a interferência do narcotráfico.
"Aqui é um lugar onde vamos poder nos confraternizar e estarmos sempre juntas. Porque ela [Rosângela] até vai à minha casa, mas se eles [traficantes] souberem, pode ter problemas. Quando a gente não tinha um espaço, a gente fazia os pães lá em casa. E, no momento em que eu precisava muito da ajuda dela, eu tinha que dar uma volta grande para evitar os traficantes e deixá-la em casa", afirma a irmã Rosa.
A cooperativa de produção de pães das Arteiras dos Morros do Borel, da Casa Branca e da Chácara do Céu trouxe ainda outra mudança na vida de Rosa. Casada com um homem que tinha problemas com alcoolismo, a mãe de seis filhas sentia-se inútil, sem capacidade para produzir. Hoje, ela capacita outras mulheres na atividade de panificação e tem outros sonhos.
"Quando eu vim para o grupo, eu estava com uma forte depressão. Aí eu passei a conhecer pessoas, voltei a estudar e fiz vários cursos. Agora, eu tenho vontade de fazer uma faculdade de Nutrição e tenho fé de que vou conseguir", diz.
Fonte:
Agência Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/248738/visualizar/
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