Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sábado - 13 de Janeiro de 2007 às 10:10
Por: Patricia Neves

    Imprimir


Com 15 homicídios nos 12 primeiros dias, o mês de janeiro de 2007 já ultrapassou o número de ocorrências de janeiro de 2006, de 14. Os dados oficiais são da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em 2005, 38 pessoas foram assassinadas; e, em 2004, outras 27, em 2003, foram 25 mortes.

Os casos de homicídios são tratados de maneira diferenciada pela polícia, mas o perfil das vítimas segue um padrão -homens com idade entre 18 e 24 anos, moradores de periferia, desempregados, sem escolaridade.

O tráfico e uso de entorpecentes são fatores predominantes em boa parte dos casos. Apesar da DHPP há dois anos bater recordes em elucidações, cerca de 80% dos casos, os crimes contra a vida continuam crescendo.

Autoridades da área de segurança discursam argumentando que não é possível evitar execuções, bebedeiras ou brigas de famílias que terminam em tragédia, mas o que é possível é evitar que tantas armas entrem no Estado, já que MT faz divisa com a Bolívia, de onde chegam boa parte das armas usadas em crimes e das drogas que dão origem a eles.

Só no ano passado, 75% dos assassinatos registrados pela DHPP foram praticados com armas de fogo e pelo menos 600 foram apreendidas em Cuiabá. Em um único final de semana, foram 22, entre Centro, Coxipó e CPA.

As autoridades na área de segurança pública defendem ainda a implantação da Lei Seca, mas o projeto, que promete gerar muita polêmica, está há mais de 1,6 ano engavetado na Câmara de Vereadores de Cuiabá.

O novo comandante geral da Polícia Militar, coronel Adaildon Evaristo Moraes, ao assumir o posto, afirmou que irá reduzir os índices de criminalidade no Estado. Tarefa extremamente árdua considerando o efetivo disponível pela PM e os problemas de logística que terá de enfrentar, mesmo com os investimentos adquiridos ao longo dos últimos 4 anos. Só a PM recebeu 950 carros para o patrulhamento, mas a extensão geográfica de Mato Grosso dificulta o trabalho e torna quase inexistente a vigilância em áreas de fronteira e interior, onde comumente são praticados crimes ambientais. A facilidade, falta de fiscalização e impunidade, acentuam a prática criminosa.

As novas viaturas deram fôlego ao trabalho, mas os números de crimes contra a vida em 2006 chegaram a 328.

Por decisão do governo estadual, funcionários que estiverem "sobrando" nas secretarias estaduais serão remanejados para a PM e Polícia Civil, assim como convênios com universidades serão lavrados para possibilitar o emprego de estagiários nos denominados serviços burocráticos dos órgãos.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, determinou que seja feito um "enxugamento" na pasta e que os policiais que hoje atuam administrativamente, 57, permaneçam à disposição das polícias.

A situação é tão caótica que as duas maiores cidades do Estado -Cuiabá e Várzea Grande - que juntas somam cerca de 800 mil pessoas - têm menos de 400 homens para o policiamento ostensivo diário.

Só a Capital possui 524 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A tradução desses números revela que cada PM cuida da segurança de 1.310 pessoas. Se dividirmos o total de policiais por domicílios registrados pela pesquisa, 127 mil, o resultado será 317 para cada.

Mato Grosso figura entre os 6 estados do país com os maiores índices de crimes letais em 2005, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública em novembro passado.





Fonte: Gazeta Digital

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/248756/visualizar/