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Nacional
Sexta - 12 de Janeiro de 2007 às 06:35

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A ativa participação dos governadores nos bastidores da eleição da Câmara e a influência que exercem sobre as bancadas estaduais foi decisiva para o fortalecimento da candidatura do petista Arlindo Chinaglia (SP) à presidência da Casa.

Todos os 27 governadores foram procurados por Chinaglia e pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), também candidato. Cada um, a seu modo, declarou apoio a um ou outro, da forma que julgou mais conveniente no momento, como sempre ocorre nas negociações políticas. O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), chegou a jantar com Aldo num dia e tomar café da manhã com Chinaglia no outro.

A favor de Chinaglia pesou o fato de ele ter o que oferecer, como apoio à eleição dos presidentes das assembléias legislativas afinados com o governador, visto que o PT tem bancadas grandes na maioria dos Estados. Aldo, ao contrário, por ser de um partido pequeno, que elegeu apenas 13 deputados e nem sequer conseguiu 5% dos votos nas eleições, não teve moeda política para o escambo.

Até que Aldo se empenhou muito na busca de apoio dos governadores. Foi o primeiro a ter a idéia de correr atrás deles. Mas o pragmatismo o derrubou. No início da semana, ao saber que o PMDB se reuniria para decidir em quem votar, estava confiante. “Falei com os sete governadores”, disse, no dia da reunião. No final da tarde foi comunicado de que o PMDB votara a favor de Chinaglia.

Os arranjos locais com a participação de Chinaglia e do PT ocorreram por toda parte. Em São Paulo, os petistas acenaram com a possibilidade de dar 20 votos ao tucano Vaz de Lima, candidato à presidência da Assembléia. Em troca, pediram o apoio a Chinaglia e fecharam acordo para ter a primeira secretaria da Mesa Diretora.

Na Bahia, onde PT e PSDB são aliados contra Antonio Carlos Magalhães (PFL), o governador Jaques Wagner (PT) decidiu apoiar Marcelo Nilo (PSDB), da confiança do líder tucano Jutahy Júnior, à presidência da Assembléia. O líder quis desvincular os movimentos. “A decisão de apoiar a candidatura de Chinaglia não tem nada a ver com a questão da Bahia, porque há mais de três meses o governador Wagner tinha se decidido pelo PSDB, faltando apenas o nome. E ontem à tarde foi decidido que será Marcelo Nilo, realmente muito ligado a mim”, disse Jutahy. Por coincidência, ontem Jutahy divulgou o resultado da consulta que fez e que indicou a preferência do PSDB por Chinaglia.

Também no Ceará houve negociações entre tucanos e petistas. Tanto é que o governador Cid Gomes (PSB), aliado do PT, pôs no seu secretariado três representantes do PSDB, um deles, o deputado Bismarck Maia, da confiança do senador Tasso Jereissati, presidente da legenda.

Em Minas, o governador tucano Aécio Neves orientou o PSDB a respeitar a proporcionalidade partidária, o que fortaleceu Chinaglia. Em Sergipe, o governador Marcelo Déda (PT) fez aliança com os tucanos para combater os partidários de João Alves (PFL).





Fonte: AE

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