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Internacional
Quinta - 11 de Janeiro de 2007 às 06:38
Por: Bruno Garcez

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta quarta-feira que pretende enviar mais de 20 mil soldados ao Iraque.

Em um pronunciamento exibido na TV americana, o presidente disse que a mobilização de mais militares ajudará a quebrar o ciclo de violência e acelerar o regresso definitivo das tropas americanas estacionadas no Iraque. Atualmente, os Estados Unidos contam com 132 mil militares no país.

O líder americano disse estar claro que é preciso mudar a estratégia no Iraque e afirmou que a situação no país "é inaceitável para o povo americano - e é inaceitável para mim".

Ele eximiu os militares americanos no Iraque de responsabilidade pela atual situação, dizendo que eles "combateram bravamente" e acrescentou que "onde erros foram cometidos, a responsabilidade reside comigo".

Destino das tropas

De acordo com Bush, a maior parte do novo contingente militar - um total de cinco batalhões - será enviada a Bagdá, onde estão concentrados os principais atos de violência no país. "A violência está dividindo Bagdá em enclaves sectários e abalando a confiança de todos os iraquianos."

O líder dos Estados Unidos acrescentou ainda que 4 mil soldados serão mandados para a província de Anbar, no oeste do país, considerada um reduto da rede Al-Qaeda.

Sinalizando a intenção dos Estados Unidos de não permanecer indefinidamente no Iraque e de treinar tropas locais para garantir a segurança do país, o presidente afirmou que os soldados americanos trabalharão "lado a lado com as tropas iraquianas" e acrescentou que "apenas os iraquianos podem pôr fim à violência sectária e proteger o seu povo".



George W. Bush

Bush também foi enfático ao dizer que "deixou claro ao primeiro-ministro e aos demais líderes do Iraque que o compromisso da América não é infindável. Se o governo iraquiano não honrar seus compromissos, ele perderá o apoio do povo americano e perderá o apoio do povo iraquiano".

O presidente fazia menção o suposto compromisso do governo do primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki, de combater as milícias armadas que atuam no país. Maliki chegou ao poder com o apoio do líder xiita Moqtada al Sadr, que comanda uma das mais poderosas milícias armadas do país, o Exército Mahdi.

De acordo com Bush, a nova estratégia para o Iraque não se restringe apenas ao campo militar. "O governo iraquiano irá votar um projeto de lei que divide lucros decorrentes do petróleo entre todos os iraquianos". Ele acrescentou também que o governo do Iraque irá "gastar US$ 10 bilhões de seu próprio orçamento para investir em projetos de reconstrução e infra-estrutura que irão criar novos empregos".

O líder dos Estados Unidos disse que, seguindo os conselhos do Grupo de Estudos do Iraque, a comissão bipartidária que fez um relatório com 79 recomendações para serem adotadas no Iraque, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, viajaria ao Oriente Médio nesta semana para buscar o apoio de aliados americanos para a nova estratégia no Iraque.

Mas o presidente não se dispôs a acatar outra das sugestões da comissão bipartidária - a de negociar com o Irã e a Síria. Pelo contrário, em seu discurso Bush voltou a dizer que o Irã tem dado apoio a "elementos xiitas radicais" no Iraque e, com isso, contribuído para o aumento da violência sectária no país.




Fonte: BBC Brasil

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