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Quarta - 10 de Janeiro de 2007 às 23:02

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A paralisação do processo de privatização das rodovias federais deverá fazer com que o Brasil perca investimentos para outros países, segundo avaliação do presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha Duarte. O executivo diz que existem atualmente muitas empresas internacionais dispostas a direcionar recursos para infra-estrutura e que vinham acompanhando o País de perto. Para o executivo, a decisão vai na contramão do movimento que se vê no resto do mundo. Duarte refere-se aos Estados Unidos, onde está em pleno andamento o processo de transferência desse tipo de serviço para a iniciativa privada e ainda à Europa, onde a maioria da administração das rodovias já foi concedida à empresas particulares. "Mas se essa decisão representa uma opção política do governo, não temos muita coisa a fazer, senão lamentar", afirma.

O presidente da ABCR classificou ainda a decisão de um "retrocesso", já que o Brasil tem um modelo que na sua opinião funciona, mas que será abandonado pelo governo para tentar uma nova experiência, cuja história já mostrou que não foi boa.

Duarte ressalta ainda que há dúvidas sobre as intenções do governo e não descarta a possibilidade de criação de uma estatal para administrar as rodovias federais, a chamada "Rodobras". "Um processo desse tipo pode acarretar muita demora, com o risco do Lula passar mais um mandato sem fazer nada."

A estimativa inicial da entidade era de que a concessão dos sete lotes de rodovias federais, que totalizam 2,6 mil quilômetros de estradas, resultasse em investimentos de R$ 19,5 bilhões e na arrecadação de R$ 9,3 bilhões em impostos.

A decisão do governo de suspender o processo de privatização de um lote de sete rodovias federais, previsto para ter início neste mês, também surpreendeu o diretor da regional Paraná da ABCR, João Chiminazzo Neto.

O Planalto ainda não oficializou a decisão, mas uma fonte disse aos repórteres Leonardo Goy e Gerusa Marques, da Agência Estado, que uma das razões pelas quais o governo teria mudado radicalmente sua política para as entradas foi a polêmica provocada durante as eleições presidenciais em torno das privatizações comandadas pelos tucanos nos setores de telefonia e energia.





Fonte: AE

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