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Agronegócios
Segunda - 08 de Janeiro de 2007 às 15:56

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A safra 06/07 começa bem diferente para os sojicultores mato-grossenses. Se há dois anos este início era cercado de projeções pessimistas, o cenário agora dá lugar a certeza de que o pior já passou. Para se ter uma idéia da mudança, se na safra passada a média geral para o Estado apontava para um déficit de cerca de US$ 3 na relação custo da saca e preços de mercado, em 2007, Chicago garante para março rendimento de US$ 1, ou seja, a soja volta a dar a lucro.

“Ainda não é nenhum céu de brigadeiro. Existe para trás uma herança de dois anos seguidos de crise no segmento. Uma dívida que ainda não será amenizada com um lucro desses. Mas temos de comemorar, pois o momento é positivo. O fundo do poço ficou para trás, assim como as nuvens negras”, explica o analista de mercado da AgRural, em Cuiabá, Seneri Paludo.

O analista detalha a análise que leva à confirmação do lucro. Nesta safra (06/07), o custo de produção para cada hectare (ha) plantado ficou em cerca de US$ 430, cifras entre 3% a 5% abaixo do registrado na temporada anterior e as projeções apontam para um ganho de produtividade de cerca de 10%, passando de um saldo de 44 sacas por hectare para 48. Confirmado o rendimento, cada sojicultor terá lucro de US$ 48/ha.

Com estes números de custo e produtividade, a saca custará ao produtor US$ 9, enquanto a cotação pré-fixada na Bolsa de Chicago (CBOT) para março revela uma cotação de US$ 10,20 para a saca, base Sorriso (470 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá). A média de custo por hectare e produtividade leva em consideração a sojicultura em Mato Grosso. “É claro que o produtor que obtiver mais sacas por hectare, terá um lucro maior. O importante é mostrar que ao invés de US$ 3 de prejuízo por saca, agora há lucro. Se não fosse o passivo, estaríamos em franco crescimento”, exclama Paludo.

Ele lembra que na safra 05/06 os custos de produção para cada hectare ficaram em cerca de US$ 450 e a produtividade média estadual na casa das 44 sacas neste mesmo período. “Naquele momento, a saca custava ao produtor US$ 10,20, mas o mercado pagava cerca de US$ 7,40, ou R$ 16,20, conforme a taxa de câmbio na época. Considerando a base de Sorriso, havia um déficit de US$ 2,80, quase US$ 3 por saca”.

O sinal de que o setor produtivo percebeu as mudanças no cenário internacional é que a soja 06/07 não teve sua área plantada recuada em mais de 1 milhão/ha como chegou a ser ventilado. De acordo com levantamento da AgRural, a área atual ocupa 5,3 milhões/ha e as estimativas são de uma produção de 15,26 milhões de toneladas (t) e uma produtividade de 2,9 mil quilos, o que significa 48 sacas/ha.

Produtividade

Na safra 05/06, a sojicultura estadual registrou a menor produtividade dos últimos dez anos ao atingir média de 44 sacas por hectare. “Comparando-se aos dois últimos anos de recuo no rendimento, no atual ciclo vamos registrar um incremento de 10%. É por isso que insisto, o cenário é positivo porque teremos – salvo uma catástrofe – rendimento e preços melhores”, exclama o analista.

Cotação cresce 12% em um ano

O cenário para a sojicultura mudou nos últimos 12 meses e a nova realidade revela que a cotação internacional e no mercado interno do grão estão 12% maiores comparadas aos valores adotados em janeiro de 2006.

Naquele mês a cotação com base em Sorriso, maior produtor mundial de soja, abria a primeira semana do ano a R$ 21,50 e na seguinte despencava para R$ 18,60. Já em bushel (padrão de medida norte-americano que equivale a 27,2154 quilos), a saca atingia no dia 5, US$ 6,08 bushel e no dia seguinte, 6, uma sexta-feira, passava para US$ 6, ambos para vencimento em março.

Já na última sexta-feira, anteontem, o bushel chegou a US$ 6,73, também pré-fixado para março, uma alta de 12%. No mercado interno, Sorriso, atinge atualmente R$ 24,10, 12% acima dos valores do mesmo período de janeiro de 2006.

“A realidade é outra porque em janeiro do ano passado tínhamos um preço em baixa e a certeza de que ficaria ruim na boca de safra, quando a grande oferta em função da colheita, pressiona para baixo os preços. Prevíamos também uma baixa produtividade em razão das intempéries (chuva e seca) e infestação da ferrugem asiática”, lembra o analista da AgRural em Cuiabá, Seneri Paludo.

Já neste mês, as perspectivas para esta safra são o extremo. “Temos preços bons, que certamente sofrerão a pressão da boca de safra, mas nada comparado ao ano passado. Temos um clima favorável previsto e baixa infestação de ferrugem. Tudo indica que não teremos quebra de safra. Além de produtividade e preços acima do registrado no mesmo período do ano anterior, temos a explosão do milho, que tem sustentado os atuais níveis das cotações internacionais de soja. Tivemos uma crise setorial, conjuntural e n&ati





Fonte: Clube do Fazendeiro

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