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Felix Fischer abre Congresso Internacional de Direito Ambiental no CJF
A riqueza biológica do Brasil, a importância dessa biodiversidade na economia nacional e o que isso representa de desafios para o Poder Judiciário foram ressaltados pelo ministro Felix Fischer, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ao abrir na segunda-feira (9) oCongresso Internacional de Direito Ambiental, promovido pelo Centro de Estudos Judiciários do CJF. Com o tema “O Meio Ambiente no Judiciário: Desafios e Tendências”, o congresso acontece até terça-feira (10), na sede do CJF, em Brasília.
Segundo o ministro, “tudo no Brasil é superlativo”. Há muitas possibilidades, grandes espaços geográficos, diversos biomas e a maior biodiversidade do planeta. “Entretanto, em contrapartida, também nossos problemas e desafios são enormes, principalmente porque todos esses elementos humanos, sociais e ambientais estão interagindo e exigindo intervenção que consiga conciliá-los e harmonizá-los”, afirmou o presidente.
“O Judiciário está atento a toda essa temática, que tem hoje previsão constitucional e conta com abundante legislação. Não é tarefa fácil a atribuída aos nossos magistrados. Ao contrário, é complexa e árdua, tanto na perspectiva estritamente jurídica, como nas suas dimensões éticas, econômicas e políticas”, disse Felix Fischer.
O ministro destacou a importância do STJ para a questão. Hoje, com dezenas de precedentes que uniformizam e consolidam o direito ambiental brasileiro, o STJ permite a mescla das múltiplas perspectivas locais e o encontro dos distintos olhares regionais, segundo o presidente. Leia aqui a íntegra do discurso.
Troca de experiências
O ministro Arnaldo Esteves Lima, corregedor do CJF, explicou que a proposta do congresso é reunir especialistas em direito ambiental de vários países, para analisar como o Poder Judiciário lida com as questões do meio ambiente, com ênfase nos desafios enfrentados na atividade judiciária e nos caminhos a serem tomados.
Segundo o ministro, todos os esforços devem ser empregados para identificar “o que nós, juristas, devemos e podemos fazer para que o direito ambiental seja bem aplicado em nossas varas e tribunais e consiga atender a tudo aquilo que a sociedade espera e, cada vez mais, exige do Poder Judiciário”.
Esteves Lima destacou que o congresso será composto de palestras e oficinas sobre temas específicos e gerais. A ideia é trocar experiências vividas pelos magistrados participantes. Para o ministro, o conhecimento jurídico sobre as leis ambientais não é suficiente para a concretização da justiça ambiental. Para ele, a sensibilidade e a criatividade são fundamentais para tratar a questão.
“Sensibilidade para compreender a complexidade e a importância das questões que envolvem o planeta. Criatividade para encontrar a solução para os conflitos, não apenas como recurso cego, à letra da lei, mas também com o emprego das outras ferramentas de hermenêutica e de aplicação dos direitos pelo ordenamento jurídico”, explicou.
Projetos sustentáveis
A desembargadora Leila Mariano, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, falou sobre experiências da Justiça fluminense com adequações a projetos sustentáveis. Para ela, “a gestão dos tribunais pode ser um espaço onde a questão ambiental seja trabalhada de forma consciente e com viés educativo. Não só para as subsequentes gestões, mas também para todos aqueles servidores e jurisdicionados que têm conosco uma relação de proximidade”.
O desembargador federal Nino Oliveira Toldo, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), destacou a importância do congresso, principalmente em um país como o Brasil, onde há enorme diversidade ecológica e tantos problemas dela decorrentes.
Também participaram da cerimônia de abertura a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; o jurista Luc Lavrysen, ministro da Corte Constitucional da Bélgica e presidente do Fórum Europeu de Juízes e Ambiente; o embaixador da Bélgica no Brasil, Jozef Smets, e os presidentes dos cinco Tribunais Regionais Federais: Mário César Ribeiro (1ª Região), Sergio Schwaitzer (2ª Região), Newton De Lucca (3ª Região), Tadaaqui Hirose (4ª Região) e Francisco Wildo Lacerda Dantas (5ª Região).
Fonte:
STJ
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