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Economia
Domingo - 07 de Janeiro de 2007 às 16:54

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O emprego deve ter expansão de 2,7% a 3,5% neste ano e repetir o resultado de 2006, na análise de consultores, economistas e especialistas em mercado de trabalho. O aumento na ocupação em 2007, incluindo as vagas formais e as informais, deve ser reflexo do crescimento da economia brasileira, que, na mais otimista das projeções, chegará a 4,1%.

"O crescimento é fundamental para o dinamismo do mercado de trabalho brasileiro", diz o economista Antonio Prado, responsável pelo escritório do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em Brasília, em publicação recente da entidade. Para cada 1% de alta do PIB, estima-se que o emprego cresça 0,71%.

"Um crescimento médio do PIB de 5% aumentaria os empregos totais em 3,5%, enquanto a PEA [População Economicamente Ativa] urbana vem crescendo a uma taxa de 2,4%, o que reduziria a taxa de desemprego de forma consistente", afirma Prado, no estudo.

Mas o país está longe de crescer os 5% necessários para que emprego e renda se recuperem de forma mais acelerada. No início de dezembro, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado ao Ministério do Planejamento, revisou para baixo a estimativa de crescimento do PIB para 2006 -estimado em 2,8%. A previsão anterior era de 3,3%.

O menor crescimento da economia foi explicado pelo impacto negativo das importações sobre o desempenho da economia. Para este ano, o instituto mantém a projeção de 3,6%.

A queda da taxa de juros de forma contínua e a expansão do volume de crédito ao consumidor devem ter efeito positivo nas contratações no início de 2007, na análise do economista Fabio Silveira, da RC Consultores. A taxa Selic deve chegar ao final deste ano em torno de 12%, prevê a consultoria.

Por ano, 2,5 milhões de pessoas ingressam no mercado de trabalho. "Manter crescimento de 3% ao ano significa que, a cada três pessoas que ingressam no mercado de trabalho, duas conseguem algum tipo de ocupação [formal ou informal] e uma fica sempre fora", diz Marcio Pochmann, economista e professor da Unicamp.

Indústria puxa O crescimento da produção industrial -projetado em 4,5% para este ano- será o responsável por "puxar" as contratações, segundo Silveira, da RC. "A alavanca do crescimento deve ser a produção industrial, com destaque para os setores de construção civil e de bens de capital", afirma.

Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, mostram que a construção civil abriu 85 mil postos de trabalho em 2005, ante 50,7 mil em 2004. A LCA Consultores estima que tenham sido criadas 103 mil vagas no setor no ano passado e que 102 mil sejam abertas neste ano.

"Com os investimentos em infra-estrutura, obras e estradas e as medidas anunciadas para a área habitacional, a construção civil reativa seu potencial de criação de vagas, seja no ramo habitacional ou no de construção pesada", afirma Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese.

Entre os setores que devem manter em alta as contratações em 2007, além da construção civil, estão a indústria química e farmacêutica, a automobilística e o setor de informática. "São segmentos importantes, que, por exigirem qualificação mais elevada, pagam melhores salários", diz Ganz Lucio.





Fonte: Folha de S.Paulo

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