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Nacional
Sábado - 06 de Janeiro de 2007 às 09:12

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A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai investigar um garimpo ilegal de ouro em atividade desde novembro em terras tituladas de um assentamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Novo Aripuanã, no sul do Amazonas.

A descoberta do garimpo, que vem sendo chamado de "novo eldorado da Amazônia", inchou a população da cidade de Apuí (455 km de Manaus), que dá acesso à lavra na margem esquerda do rio Juma, em trajeto de 70 km. São cerca de 2.000 homens trabalhando no meio da selva --a população de Apuí é de 18.790 pessoas.

O objetivo da Abin é colher informações para que o governo possa ordenar a exploração da lavra. Estão no local trabalhadores rurais, pastores evangélicos, beneficiados do Bolsa Família e até vereadores de Apuí. Também serão levantados impactos ambientais e sociais do garimpo.

O gerente executivo interino do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Amazonas, Mário Lúcio Reis, disse que o órgão vai tentar regular a área após a Abin fazer o diagnóstico do novo garimpo.

"Não vamos interditar o garimpo. Podemos monitorar e manter a atividade sem impacto ambiental", disse Reis.

O secretário do Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Viana, disse que é possível ordenar a produção mineral no garimpo desde que os igarapés (pequenos rios) não sejam destruídos.

Sigilo total

Em Apuí, o ouro do garimpo é comprado por comerciantes a R$ 39 o grama. A descoberta era tratada com sigilo total na cidade desde novembro. Cerca de mil pessoas estavam explorando as grotas no assentamento do dono das terras, conhecido como "Zé Capeta".

Em dezembro, entretanto, famílias pobres da região que passavam o Natal sem comida e presentes começaram a comprar eletrodomésticos. "Aí a fofoca estourou", disse um garimpeiro de Apuí.

Segundo o comerciante Joselito Gobbi, após o "estouro" da notícia, a cidade passou a receber pessoas de Jacareacanga (PA) e de Rondônia.

Ontem, o grupo que lidera a exploração no local fundou a Coperdsam (Cooperativa dos Movimentos do Sul do Amazonas). O diretor da cooperativa, Valdeci Marcelino, disse que o grupo irá pedir licença para minerar no local ao DNPM e ao governo do Amazonas.

Doenças

No Hospital Estadual Eduardo Braga, a gerente-administrativa Rosângela Motter diz que há preocupação com a possibilidade de os garimpeiros contraírem doenças. Há ao menos sete deles internados no local --são casos de malária, diarréia e de acidentes com troncos de madeira.





Fonte: Agência Folha

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