Protesto continua e avenida Beira Rio está interditada em Cuiabá

A avenida Beira Rio, em Cuiabá, continua com o trânsito impedido nas proximidades da Unic. Moradores do bairro São Mateus fecharam a rua na manhã desta sexta-feira (5) depois que a água do córrego do Gambá invadiu algumas residências em Área de Risco. A inundação começou durantes as chuvas de quinta-feira (4).

A reportagem do RMT Online conversou há pouco com o secretário de Infra-estrutura de Cuiabá, Andelson Gil do Amaral. Ele afirmou que 60 homens e várias máquinas estão trabalhando no local. O objetivo é desobstuir várias manilhas por onde passam o córrego. Essas manilhas estão entupidas com lixo. De acordo com o secretário, a região é um local de risco. "Todas as famílias foram retiradas desse local na enchente de 74. Com o passar dos anos a fiscalização descuidou e as pessoas voltaram a ocupara a área. Esse é um ponto crítico da capital, que sofre todos os anos com enchentes. Só este ano, 20 famílias já foram retiradas daquele local", disse Amaral.

As moradores do bairro alegam que os problemas foram provocados pelas obras de recapeamento da avenida Beira Rio, concluidas na semana passada. A hipótese foi descartada pelo secretário de Infraestrutura.

A equipe de engenheiros que está no local para verificar as causas do represamento do córrego do Gambá e o conseqüente alagamento de casas, confirmou que a causa determinante é o descarte indevido de lixo e utensílios domésticos.

A equipe disse que a queda de um muro, construído irregularmente em área de preservação, obstruiu quase 10% do leito do córrego. O restante do lixo elevou o represamento para 30%. Grande parte do lixo é constituído por sofás velhos, restos de fogão, partes de geladeiras e, sobretudo, sacos de lixo doméstico.

O diretor de obras públicas, Orozimbo Guerra Neto, recebeu o relatório onde os engenheiros explicam que o declive de mais 3 metros entre a margem da Avenida Beira Rio e a foz do córrego do Gambá é suficiente para drenar, com velocidade, toda a água que conseguiu transpor o represamento, além do volume carreado pela rede de drenagem recém-construída.

"Infelizmente", disse o engenheiro, "todo o ano vai acontecer a mesma coisa se a população repetir o comportamento de utilizar o córrego para o descarte de objetos e do lixo domiciliar. Há poucos dias as equipes de limpeza, nas ações preventivas, desassorearam o córrego", explicou.

O diretor de obras públicas foi além e disse: "muitos dos prejudicados, agora, querem atribuir a culpa pelo descarte indevido de lixo e utensílios domésticos velhos ou quebrados aos moradores do Bairro Don Aquino, porém, o serviço de limpeza, mais especificamente a equipe que atua na "ação preventiva" já havia feito a desobstrução e desassoreamento do córrego e é bom frisar que o uso impróprio dos córregos que cortam a cidade não vem de agora e é uma questão de educação coletiva que precisa ser enfrentada; a prefeitura faz campanhas, porém, pelo que se vê a eficácia tem sido pequena, pois, continuam jogando objetos nos córregos e enquanto esse comportamento prevalecer, parcela expressiva da população vai continuar prejudicada", conluiu.

Manifestação

Os moradores do bairro São Mateus fazem uma manifestação desde o final da manhã, quando fecharam parte da avenida Beira Rio. O trecho interditado vai do Parque de Exposição até a Universidade de Cuiabá (Unic).

Agentes fiscas de trânsito, da Secretaria Municipal e Transporte Urbano de Cuiabá (SMTU) estão no local para coordenaro o trânsito. Todo o tráfego está sendo desviado para a avenida Carmindo de Campos, Jacques Brunnini, retornando para Beira Rio e em seguida para a região do Coxipó, segundo explicou o coordenador de operação e fiscalização da SMTU, Dativo Rodrigues.

Os moradores protestam com placas, pedaços de madeira e pedras.