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Economia
Quinta - 04 de Janeiro de 2007 às 17:03

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mobilizou os ministros das Minas e Energia, Silas Rondeau, e da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, para que cobrem explicações dos usineiros sobre o aumento repentino dos preços do álcool hidratado no final do ano passado. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), que monitora os preços nas usinas, o preço médio do litro do hidratado aumentou 4,59% na última semana de 2006 nas unidades produtoras paulistas e acumulou alta de 12,91% ante a última semana de novembro.

Já nos postos do Estado de São Paulo os preços foram reajustados em R$ 0,10 em média e variam, na maioria dos estabelecimentos, de R$ 1,29 a R$ 1,39 o litro. Ao serem questionados por Lula, os ministros procuraram as respostas junto aos executivos da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), que representa os usineiros.

Tanto o diretor da entidade, Antonio de Padua Rodrigues, quanto o presidente, Eduardo Pereira de Carvalho, foram indagados sobre o aumento pelos ministros. Segundo Rodrigues, a alta no preço ocorreu por um crescimento pontual e imprevisto na demanda de álcool hidratado por parte das distribuidoras em dezembro de 2006.

"Dentro dos parâmetros"

O ministro da Agricultura avaliou, por meio de nota distribuída por sua assessoria de imprensa, que os aumentos do álcool nas usinas e nos postos de combustíveis "foram um pouco elevados, mas estão dentro dos parâmetros normais do mercado". "Como qualquer outro produto de origem agrícola, o valor do álcool incorpora os custos de carregamento dos estoques e está sujeito aos efeitos da sazonalidade", comentou.

Na avaliação de Guedes Pinto, não há justificativas no mercado para aumentos elevados nos preços do álcool, tendo em vista o atual quadro de oferta e demanda. "Esperamos que as cotações se mantenham conservadoras até meados de abril, quando começa a nova safra", informou.

Ele ressaltou que os estoques de álcool na região Centro-Sul estão em "níveis bastante confortáveis". "Começamos o ano com estoque de passagem 4,78 bilhões de litros e temos uma previsão de chegar no início da safra com cerca de 500 milhões de litros. Isso nos permite afirmar que temos um volume muito confortável para atender o consumo, sem qualquer tensão na regularidade de abastecimento", afirmou.

Bicombustíveis

O ministro citou fatores para justificar a alta verificada nos últimos dias nos preços do álcool. O preço do álcool relativamente favorável em comparação com o da gasolina (hoje, em São Paulo, em torno de 52,47%) foi o primeiro motivo citado pelo ministro, que também lembrou do crescimento da demanda decorrente do período de festas de fim de ano e as férias escolares. Guedes Pinto também comentou que a frota de carros bicombustíveis (flex fuel) chegou a 2,5 milhões de veículos e que por causa do "apagão aéreo" a população optou pelo transporte rodoviários.

Para ele, os usuários de veículos flex fuel podem contribuir para regular o mercado. "A dimensão da frota de veículos flex fuel, em que os motoristas podem escolher o combustível de acordo com os preços desses produtos, cria um mecanismo automático de regulação de preços para o etanol. Isso porque, em caso de aumento exagerado das cotações, eles têm a alternativa de migrar para o combustível que tiver um valor mais vantajoso, no caso a gasolina", comentou.

Mistura

O ministro lembrou ainda que o álcool anidro, que é usado na mistura na gasolina na proporção de 23%, tem mantido os preços estáveis, sem qualquer pressão de alta. "Esse é mais um indicador para comprovar que os aumentos do hidratado, usado como combustível direto, está relacionado a fatores ocasionais". Na nota, o governo não informa se haverá mudanças na adição de álcool na gasolina. Em momentos de escassez interna, o governo reduz a mistura como forma de elevar a oferta de álcool.

O porcentual de 23% vale desde novembro. Por lei, a mistura pode oscilar de 20% a 25%, decisão que depende de autorização dos ministros que integram o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima): Agricultura, Fazenda e Minas e Energia, além do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Com o porcentual de 25%, a demanda mensal por anidro chega a 500 milhões de litros, mostram cálculos do ministério. Uma eventual redução para 20% reduziria o consumo para 400 milhões de litros.

Distribuidoras

Na avaliação do vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Distribuição de Combustível e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, o alto preço do álcool retrai as distribuidoras. "Tem muita gente oferecendo álcool por um preço caro e as empresas (distribuidoras) estão retraídas, negociando com os clientes e comprando em pequenas quantidades", expl





Fonte: Olhar Direto

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