Consórcio lavoura-pecuária está se fortalecendo em Lucas R. Verde

Lucas do Rio Verde, um dos maiores produtores de soja do Estado e campeão brasileiro na produção de milho safrinha, está buscando uma diversificação rumo à pecuária confinada, suinocultura e avicultura. O município deve fechar 2007 com mais de 80 mil bois confinados. Segundo o consultor estratégico de negócios Carlos Girotto, os números multiplicarão os resultados obtidos com o complexo soja/milho, elevando a receita do produtor e, conseqüentemente, do município.

O sistema de integração lavoura/pecuária em Lucas do Rio Verde vem sendo pesquisado há alguns anos pela Fundação Rio Verde. A integração de safras compreende a primeira safra com a cultura da soja, a segunda safra em sistemas consorciados com culturas de milho, sorgo ou girassol implantadas juntamente com brachiarias para formação da pastagem que geram a terceira safra, com o gado em sistema de semi-confinamento no período da seca.

O primeiro ano de avaliação mostrou forte tendência de viabilidade deste sistema, que além de proporcionar redução de custo com fertilizantes e herbicidas para a cultura da soja, possibilita agregação de valores a produtos locais como milho, sorgo, girassol, caroço de algodão, milheto e residuo de soja além da utilização das terras no período da seca, gerando uma receita em um período de ociosidade sem concorrer com as cultivos tradicionais.

A grande vantagem do confinamento do gado bovino é a diminuição do tempo de engorda do rebanho. O sistema permite suprir as necessidades de alimento dos animais alcançando em plena entressafra um acréscimo geral de 4 arrobas por boi entre 100 a 120 dias de confinamento. O resultado é um boi pronto em meados de setembro e outubro, época em que o preço do boi gordo tende a ser mais alto compensando, assim, os gastos de manutenção e estrutura.

Uma das vantagens do confinamento é a otimização das pastagens, outra é o aumento do giro do capital, com a possibilidade de vender animais a melhores preços na entressafra.