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Cidades/Geral
Quinta - 04 de Janeiro de 2007 às 07:17
Por: Josi Costa

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Drogas como maconha, cocaína e crack, estão muito mais perto do universo estudantil do que imaginam os pais. É o que comprova uma pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que mapeou o comportamento de estudantes do ensino médio em 16 escolas públicas e particulares de Cuiabá. O estudo ouviu 1.195 alunos e 58,8% afirmaram ser fácil conseguir drogas ilícitas. Um total de 85,3% diz conhecer algum usuário. A maioria dos entrevistados tem entre 16 e 18 anos.

A pesquisa, feita no final de 2005 pelo Núcleo Interinstitucional de Estudo da Violência e da Cidadania, é a mais recente sobre o assunto e considerou o universo de 30.521 matriculados; números fornecidos pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Além do acesso fácil fácil às drogas, a faixa etária em que eles têm o primeiro contato com elas chama a atenção: entre 14 e 16 anos.

A pesquisa também mostra que o índice de alunos que afirmou ser fácil obter drogas é praticamente o mesmo que tem o estudo como única atividade diária. A ociosidade, portanto, facilita o contato com traficantes e usuários. Quando o estudo pergunta qual a religião, 778 alunos disseram ser católicos e 240 evangélicos ou protestantes. Ressalve-se que a Católica é a única citada pelas pessoas quando não são praticantes de nenhuma outra, porque levam em conta o batismo na religião.

Perda - Cento e três alunos que admitiram usar algum tipo de entorpecente estão em famílias com renda mensal superior a 15 salários mínimos; R$ 5.250,00. Das drogas consideradas lícitas (cigarro e álcool), cujo acesso é ainda mais fácil, 47,8% consomem e 19,1% já usaram. A cerveja lidera a preferência entre os estudantes, com 40,2%. Na sequência aparecem o vinho (35,6%) e os destilados (32,2%). O "tubão", a mistura de refrigerantes a destilados, inclusive a aguardente, é muito comum entre eles. Os menores de 18 mantêm a mistura dentro das garrafas pet, para não levantar suspeita de pais e autoridades.

Apesar de os usuários alegarem prejuízos, como a perda dos amigos, distanciamento da família e mau rendimento escolar, entre outros males causados pelas drogas, 43,1% disseram que nunca procuraram ajuda para se livrar delas. Curiosidade, sensação de prazer, relaxamento e influência de amigos foram motivos apontados por 67,1% para o uso. A pesquisa ouviu 552 homens e 65 mulheres.

Família - Ter tempo para os filhos, conhecer seus amigos e acompanhar seu dia-a-dia, para evitar que eles sofram influências de companhias indesejáveis, surtem efeito antidrogas, na opinião do major PM Marcelo Vinício Ribeiro Leite, responsável pelo setor de Comunicação da instituição.

Segundo ele, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, desenvolvido por policiais militares através de palestras nas escolas e nos bairros, procura ensinar, já na infância, os riscos e os prejuízos do uso de drogas.

Ao comentar a pesquisa em que maioria dos estudantes diz ter fácil acesso às drogas, o policial alerta para o papel da educação familiar de adolescentes e jovens na prevenção ao uso. "Os pais têm que dar bom exemplo. Precisam conversar com os filhos, conferir se eles estão mesmo indo à escola", orienta.

Se apesar dos cuidados se constatar o envolvimento com drogas, a primeira medida é tirá-lo do meio em que ele está inserido. "Nesse caso não tem segunda chance de jeito nenhum. Uso de drogas é doença. Tem que afastar das amizades e encaminhar para tratamento", completa. O major insiste que não pode haver tolerância porque, uma vez usuário, a família fica em segundo plano. "A relação com as amizades e a droga é mais forte que a própria família", avisa. O tratamento para dependentes químicos é oferecido nos centro de Apoio Psicossocial (CAPSs), de Cuiabá, mantidos pelo Estado.

Monstro - Hermínia Aguero Pinto, 48, foi morta pelo próprio filho, Wemeryon Aguero Pinto, 23. Em 2005, faltavam cinco dias para o Natal, quando a mulher foi assassinada com 30 golpes de facão, dentro de casa, no Jardim Icaraí, em Várzea Grande (VG), sem chance de se defender.

O marido da mulher, que é evangélico, estava no culto na hora do crime. O rapaz foi preso no dia seguinte e alega que não sabia que estava matando a mãe, mas sim um monstro. O réu disse que usa entorpecentes e teria confundido a mãe com um bicho porque estava sob alucinações, segundo ele, constantes em razão do efeito das drogas. Num dos momentos de lucidez, Wemeryon disse ter percebido que havia matado a própria mãe. A neta da vítima acordou, saiu em busca de ajuda, mas não houve tempo de salvar a avó.

Segundo Guia-SUS de informações virtuais, o ácido lisérgico (LSD) altera a forma de ver, ouvir e sentir as coisas. Em forma de pílulas, chá ou fumo, leva o usuário a ter tremores, convulsões, reações psicóticas, dilatação da pupila, imaginações ou sentimentos de medo que podem levar a pessoa ao cometer suicídio ou assassinato.





Fonte: Gazeta Digital

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